Ministro do TSE que votou contra Bolsonaro postou foto com ex-presidente em 2022 e causou mal-estar

Atualizado em 29 de junho de 2023 às 17:19
Ministro André Ramos Tavares ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

O ministro André Ramos Tavares, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que votou nesta quinta-feira (29) a favor da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi indicado à corte pelo próprio e já publicou uma imagem nas redes sociais com ele. O magistrado também é aliado do ministro Alexandre de Moraes.

Durante a campanha eleitoral de 2022, Ramos Tavares participou de um evento festivo com advogados da campanha de Bolsonaro em Brasília, onde teve a oportunidade de tirar a foto ao lado do então presidente da República.

Logo após o encontro, o magistrado compartilhou a imagem em suas redes sociais. O post, na época, gerou certo mal-estar já que havia o risco de ele acabar julgando Bolsonaro, como acabou ocorrendo.

Antes de ir para o TSE por decisão do ex-mandatário, Ramos Tavares havia sido preterido por ele numa lista tríplice para o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

O ministro também já chegou a elaborar pareceres encomendados pelo PT defendendo a ex-presidente Dilma Rousseff e o atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em ocasiões passadas. Além destes casos, André já se posicionou contra a proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, uma das bandeiras políticas de Bolsonaro. Ele também foi integrante da Comissão de Ética Pública da Presidência entre 2018 e 2021.

Durante o pronunciamento de seu voto a favor da inelegibilidade do ex-capitão, Tavares argumentou reforçando que as falas de Bolsonaro seriam descarregadas de quaisquer verdades, “seja por meio de dados empíricos, contraposição com os fatos, seja por meio de relatos e comprovações técnicas”.

As falas realizadas pelo ex-chefe de estado brasileiro, que hoje culminaram no julgamento que pode determinar o futuro de sua vida política, ocorreram durante encontro com embaixadores em Julho do ano passado. Na ocasião, Bolsonaro utilizou a reunião para desferir acusações, sem provas, ao sistema eleitoral brasileiro, além de ataques a ministros da Corte e do Supremo Tribunal Federal (STF).

“O que se constata é a reverberação de fatos inverossímeis, descontextualizados e despidos de mínima seriedade, inclusive amplamente refutados publicamente, seja por meio de dados empíricos, contraposição com os fatos, seja por meio de relatos e comprovações técnicas”, argumentou o minstro durante seu voto.

“Não houve um mero diálogo institucional, o que houve foi uma ação coordenada, a fim de reforçar o engajamento de determinado público pela manipulação de mentiras em benefício próprio”.

O placar do julgamento está em 3 a 1 pela condenação do ex-chefe do Executivo. O julgamento será retomado nesta sexta-feira (30), às 12h.

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