Modelo do genocida Bolsonaro, ditadura mentiu e ocultou dados sobre a pólio, denunciou Albert Sabin

Atualizado em 10 de novembro de 2020 às 15:39
Albert Sabin em campanha de vacinação organizada pelo Einstein em 1970

Todo governo autoritário mente e oculta informações oficiais.

O que Bolsonaro faz agora com o coronavírus foi realizado pela ditadura com relação à meningite e à poliomielite.

Em 1980, o gênio Albert Sabin, descobridor da vacina contra a paralisia infantil, acusou o governo Médici de ter manipulado dados entre 1969 e 1973.

Sabin, que esteve diversas vezes no país ao longo de 20 anos para estudar doenças epidemiológicas, contou que “os relatórios encaminhados à Organização Mundial de Saúde apresentavam estatísticas duvidosas, o que somente agora eu posso confirmar”.

Em 1967 ele orientou grupos de vacinação em secretarias de Saúde. Em 1977, quando esteve em Fortaleza, chamou atenção para os os métodos corretos para imunização.

Eram as “gotinhas que salvam”.

Segundo o cientista, as autoridades sanitárias mundiais tinham a poliomielite como doença extinta em território brasileiro a partir de 1973.

“Os números notificados entre os anos de 1969 e 1973 apontavam uma redução da poliomielite da ordem de 86%, fato somente conseguido em nações desenvolvidas da Europa e nos Estados Unidos. Essa redução, porém, era incorreta”, disse.

Rocha Lagoa, que comandou a pasta nos anos Médici, alegou que Sabin “talvez tenha se equivocado com as datas”.

Nos EUA, Sabin deu entrevista dura denunciando que o ministro Waldir Arcoverde “demonstra grosseira negligência do dever profissional”. 

Avisou que nunca mais voltaria ao Brasil em missão profissional (sua mulher era brasileira).

Não pôde organizar o programa de vacinação em massa a que se dispunha por serem as estatísticas que lhe foram apresentadas “incompletas e inconfiáveis”, noticiou o JB.