Moraes abre investigação contra fraude em filiação de Lula ao partido de Bolsonaro

Atualizado em 11 de janeiro de 2024 às 14:51
Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Foto: reprodução

Nesta quinta-feira (11), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, emitiu uma decisão determinando que a Polícia Federal (PF) investigue uma possível fraude na filiação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Partido Liberal (PL), legenda composta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, seu adversário político.

Na decisão, Moraes destacou a “existência de indícios de crime a partir da inserção de dados falsos em sistema eleitoral”. O TSE, em nota, afirmou que há “claros indícios de falsidade ideológica”. A fraude veio à tona após investigações internas que revelaram que o registro de Lula no PL foi realizado usando a senha de uma das advogadas do partido, cujo acesso foi posteriormente cancelado.

Conforme revelado inicialmente pelo jornal O Globo, a certidão de filiação partidária de Lula indicava que o presidente havia se filiado ao PL em julho de 2023, vinculado ao diretório municipal de São Bernardo do Campo, onde mantém residência. No entanto, o cadastro da filiação foi feito em outubro.

Jair Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto, presidente do PL. Foto: reprodução

O TSE assegurou que o sistema de filiação partidária operou normalmente, sem ataques ou falhas, e que a fraude ocorreu pelo uso de credenciais válidas para o registro de uma nova filiação falsa.

O PL, por meio da empresa Idatha, responsável pela gestão de dados no sistema Filia, divulgou uma nota. A empresa se colocou à disposição para esclarecimentos e enfatizou que o acesso ao sistema de filiação é feito mediante senha nacional fornecida pelo TSE e de posse da delegada nacional do partido.

A PF foi acionada a pedido do TSE para investigar a utilização indevida de dados e alterações fraudulentas na filiação de Lula ao PL. A advogada Ana Daniela Leite e Aguiar, cujo login foi utilizado, não se manifestou sobre o assunto.

O presidente do PL, Waldemar Costa Neto, minimizou o episódio, classificando-o como “bobagem”. Ele explicou que é normal as informações da advogada aparecerem como autora da filiação, pois ela está credenciada pelo TSE para consolidar filiações nacionalmente.

Contudo, o tribunal identificou mais de 75 mil utilizações do sistema com o nome da advogada, indicando a possibilidade de acesso por outras pessoas.

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