Moraes cita Bolsonaro mais de 70 vezes em decisão que autoriza operação da PF contra militares e ex-ministros

Atualizado em 9 de fevereiro de 2024 às 6:41
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é citado em mais de 70 instâncias na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que fundamentou a operação contra militares e ex-ministros, segundo informações do G1.

Esta ação visa investigar a suspeita de participação em uma tentativa de Golpe de Estado, cujo objetivo era manter Bolsonaro no poder, resultando na invasão dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro.

A decisão ministerial menciona o ex-capitão ao transcrever trechos de suas falas, destacando, por exemplo, uma reunião com a alta cúpula do governo, na qual ele instigava ativamente a promoção de desinformação ilegal e ataques à Justiça Eleitoral.

Bolsonaro também é citado na decisão em relação à descoberta de uma minuta golpista que contemplava a prisão dos ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A PF alega que Bolsonaro recebeu essa minuta, solicitando a exclusão dos nomes de Gilmar e Pacheco, enquanto mantinha o de Alexandre de Moraes.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

O relatório da Polícia Federal (PF) que embasou a operação da última quinta-feira (8) contra Bolsonaro, ex-ministros do governo dele e militares, afirma que o grupo agia em seis núcleos para organizar uma tentativa de golpe de Estado.

O grupo se dividia da seguinte forma: núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral; núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado; núcleo jurídico; núcleo operacional de apoio às ações golpistas; núcleo de inteligência paralela; e núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos.

Ao todo, foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. Há ainda medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados, retenção de passaportes e destituição de cargos públicos.

Como desdobramento, a PF apreendeu o passaporte do ex-presidente e impôs restrições à comunicação com os investigados. A PF denominou a operação de Tempus Veritatis, expressão em latim que significa “hora da verdade”.

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