Foto: Marcos Corrêa/PR
Reportagem da Folha sobre a posse de Alexandre de Moraes como presidente do TSE, daqui a duas semanas, informa o seguinte:
“Com a posse na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 16 de agosto, o ministro Alexandre de Moraes se vê entre expectativas de melhorar a relação da corte com as Forças Armadas e, ao mesmo tempo, demonstrar firmeza para evitar desinformação que tumultue o processo eleitoral.
Ministros do TSE e generais do Alto Comando das Forças Armadas acreditam que a boa relação entre Moraes e militares seja usada para a reabertura do diálogo entre a corte e o Ministério da Defesa”.
Entenderam? Os militares se articularam com Bolsonaro para meter medo no TSE.
E a Folha informa que Moraes vai tentar ter boas relações com os caras que pretendem encurralar o tribunal e seus ministros ainda mais no 7 de setembro.
Não existe o que a Folha chama de boas relações. O ministro que defende a eleição e a democracia em busca de bom relacionamento com os que desejam destruí-las?
É tão sem sentido que o tom da reportagem é uma das grandes bobagens produzidas às vésperas da eleição.
Moraes não precisa estreitar relações com golpistas. Precisa impor, como for possível, a defesa da instituição que vai presidir e que só existe por causa da eleição e da democracia.
O que temos aqui é um jogo de forças, em que os militares e Bolsonaro empurram o atual presidente do TSE, Edson Fachin, Moraes e todo o TSE contra a parede, e o tribunal tenta reagir com o poder que ainda tem.
Não existem relações a serem preservadas ou aprimoradas. Existe um conflito em que o vencedor será o que conseguir impor sua força e as suas vontades.
A vontade dos militares que trabalham para Bolsonaro é a de aplicar o golpe. E a vontade institucional de Moraes e do TSE é a de evitar o golpe.
Publicado Originalmente em Blog do Moisés.