O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), quer ouvir a Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre explicação do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso da fuga para a embaixada da Hungria no Brasil. O magistrado deu cinco dias de prazo para o órgão se manifestar sobre o tema.
Em ofício enviado a Moraes, a defesa de Bolsonaro afirmou que ele se hospedou na embaixada para tratar de temas políticos. Os advogados do ex-presidente ainda alegaram que seria “ilógico” ir à sede do órgão diplomático para pedir asilo ou fugir de investigações.
O ex-presidente foi à embaixada no dia 12 de fevereiro, quatro dias depois de ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal na operação Tempus Veritatis, e ficou no local por dois dias. No ofício enviado ao ministro, a defesa de Bolsonaro alega que não havia nenhuma preocupação com uma eventual ordem de prisão naquele momento.
“Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, alegam os advogados.
Segundo o documento, Bolsonaro “sempre manteve interlocução próxima com as autoridades daquele país, tratando de assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador” e por isso foi à embaixada na ocasião.
Os advogados também alegaram que pediram permissão judicial ao Supremo quando Bolsonaro viajou a Buenos Aires para a posse do presidente do país, Javier Milei, no fim de 2023. A viagem ocorreu antes da apreensão de seu passaporte.
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