Moraes escolhe juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça para ajudar no TSE

Atualizado em 12 de março de 2022 às 14:22
Alexandre de Moraes
A chegada de Moraes à presidência do TSE é vista como delicada para o entorno de Bolsonaro/ Foto: Reprodução

A chegada do ministro Alexandre de Moraes à presidência do TSE é vista como delicada para o entorno de Bolsonaro, já que o ministro é considerado inimigo por bolsonaristas. Moraes, que deve assumir a presidência do Tribunal em agosto em substituição a Edson Fachin, selecionou uma equipe experiente na atuação em situações de crise para compor os quadros durante a sua gestão.

Entre os membros estão José Levi, ex-advogado-geral da União da gestão Bolsonaro e ministro da Justiça por breve momento, e o juiz Marco Antonio Martin Vargas, responsável pela fase mais rígida do braço da Lava Jato na Justiça Eleitoral.

Com as urnas eletrônicas sob ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL), ambos os ministros – Fachin e Moraes – têm sofrido ataques pessoais de Bolsonaro. Nos últimos anos, foi Moraes quem autorizou investigações sobre episódios envolvendo Bolsonaro e mandou prender aliados. O ministro é relator dos inquéritos das fake news e das milícias digitais.

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As indicações de Moraes

Ainda sem um nome específico para a diretoria-geral na gestão, Moraes já tem algumas pessoas consideradas certas para outros cargos, de acordo com a Folha.

Uma dessas pessoas é José Levi, que foi o número dois de Moraes quando este ainda era ministro da Justiça do governo Michel Temer (MDB). Após a saída de Moraes, Levi foi o chefe interino no ministério por um mês.

Entre 2020 e 2021, ele se tornou advogado-geral da União no governo Jair Bolsonaro. Com a indicação para o TSE, Levi volta a ser o braço direito de Moraes, que tem protagonizado episódios de antagonismo com o presidente da República. Posteriormente, a previsão é de que ele comande a secretaria-geral, órgão diretamente vinculado à presidência da corte, embora não esteja descartado que se torne diretor-geral.

Já o juiz Marco Antonio Martin Vargas é oriundo do Tribunal de Justiça de São Paulo. Vargas é mais conhecido, sobretudo, por ser o responsável pelas decisões dos inquéritos da chamada Lava Jato Eleitoral de 2020.

Também foi ele quem autorizou as buscas e apreensões da Polícia Federal nos gabinetes e em endereços ligados ao senador José Serra (PSDB) e ao deputado Paulinho da Força (Solidariedade) –a ação sobre o tucano acabou barrada pelo então presidente do STF, Dias Toffoli.

Vargas é um defensor ferrenho da Lei da Ficha Limpa, crítico recorrente do uso de caixa dois eleitoral por políticos e da oligarquização dos partidos. O juiz está desde 2020 auxiliando o TSE, na gestão do ministro Luís Roberto Barroso, sobretudo em questões relativas a desinformação e fake news.

Com a transferência da gestão para Fachin, ele passou a auxiliar Moraes em seu gabinete, trabalho que terá continuidade até a gestão do ministro.

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