Moro e Deltan flertam com Bolsonaro e concentram críticas em Lula

Atualizado em 31 de agosto de 2022 às 15:54
Sergio Moro e Deltan Dallagnol
Foto: Reprodução

O ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, ambos candidatos nas eleições deste ano pelo União Brasil, têm feito acenos para o presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo o Estadão.

Rompido com Bolsonaro desde abril de 2020, o ex-ministro da Justiça e candidato ao Senado pediu que o ministro da Economia, Paulo Guedes, gravasse um vídeo de apoio a sua candidatura ao Senado, pelo Paraná. O Planalto viu o movimento como um aceno ao presidente.

Aliado de Moro, Deltan Dallagnol, que disputa uma cadeira na Câmara, se movimenta no mesmo sentido e alinhou o seu discurso às narrativas bolsonaristas, em busca do eleitorado conservador e antipetista.

O ex-juiz já afirmou que jamais estará com o PT e que seu apoio depende de quem estará no segundo turno.

“Pontualmente a gente tem se posicionado sobre as eleições nacionais, até porque temos sido cobrados aqui (no Paraná). O União Brasil tem uma candidata, a Soraya Thronicke, a quem eu apoio. Mas (meu apoio) depende de quem vai estar no segundo turno. Se estiver o Lula, jamais estarei com ele ou o PT. Existe uma questão de incompatibilidade não só de pautas, mas ideológica. É uma possibilidade decorrente dos escândalos do mensalão e petrolão”, afirmou Moro.

Ele também criticou a entrevista do ex-presidente Lula (PT) no Jornal Nacional, da TV Globo. “O ex-presidente Lula não foi inocentado. É um grande erro afirmar que ele não deve mais nada à Justiça. A Petrobras foi saqueada nos governos do PT. Discordo veementemente da afirmação de que ele não deve nada. Vimos a fragilidade do Lula no debate (na Band) quando indagado sobre corrupção. Não tem respostas”, disse.

Apesar de crítico de Bolsonaro em um passado recente, Deltan evita comentar sobre o governo durante a campanha e concentra suas críticas no PT. Prometendo “levar a Lava Jato” para Brasília, ele baseia seu discurso no antipetismo.

“Lula não consegue explicar a corrupção e o fiasco econômico dos governos petistas. Por isso, sua estratégia é mentir, inventar dados e culpar os investigadores por terem desmascarado um esquema bilionário de desvio de dinheiro público”, afirmou o ex-procurador.

Em sinalização a Bolsonaro, Dallagnol também criticou os manifestos em defesa da democracia. “Na hermenêutica política, esse manifesto foi uma ação político-partidária, não um ato de defesa genuína da democracia. Foi um protesto político de um grupo contra (o atual presidente)”, declarou.

Ele ainda saiu em defesa do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ), contemplado com indulto do presidente. “Alguns grupos da carta dizem se importar com a democracia, mas têm uma atuação muito seletiva, ignorando, por exemplo, os abusos cometidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, e a grave violação da liberdade de expressão e das prerrogativas parlamentares do deputado Daniel Silveira”, disse.

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