Morre Paulo Vaz, influencer e policial trans, em São Paulo

Atualizado em 15 de março de 2022 às 8:14
Paulo Vaz
Paulo era um dos únicos policiais trans do Brasil

Na noite de segunda-feira (14), morreu o policial civil Paulo Vaz, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Ele ficou conhecido por ser um dos poucos homens transexuais que trabalhavam na polícia. A causa morte não foi divulgada.

“Acabamos de saber que o @popo_vaz nos deixou. Infelizmente perdemos mais um de nós que não suportou continuar em uma sociedade tão violenta e desumana. Obrigada por tudo! Seguiremos em luto, na luta. Não é hora de especular sobre a morte do Paulo. Respeitem a dor de quem perdeu um amigo, marido, filho e irmão. É hora de silenciar e refletir. Precisamos pensar em formas de construir um mundo onde as pessoas queiram viver”, disse a Antra nas redes sociais.

Várias personalidades lamentaram a morte de Paulo nas redes, entre eles o senador Fabiano Contarato. “Com muita tristeza recebo a notícia da partida do querido Popó Vaz. Ativista e influenciador transexual, ele deu contribuição decisiva para a luta LGBT contra toda forma de preconceito. Meu abraço aos familiares e amigos. Que Deus nos conforte”, disse.

A vereadora Erika Hilton também se manifestou. “Acabo de receber a notícia do falecimento do Paulo Vaz e estou devastada. Ele era muito querido e é uma tristeza que tenha nos deixado. Desejo muita força e solidariedade para toda a família e a todes nesse momento”, expressou.

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A influência de Paulo Vaz

O policial era investigador da Policial Civil desde abril de 2018, na região da Grande São Paulo. Paulo foi um dos agentes de seguranças que usaram as redes sociais para apoiar o policial militar Leandro Prior, o PM que foi alvo de ataques homofóbicos por aparecer em um vídeo fardado beijando outro homem na boca no Metrô de São Paulo em 2018. Ele era casado com o youtuber PedroHMC.

“Eu achava que encontraria muitas barreiras, mas fiquei bastante feliz e surpreso com a recepção dos meus colegas desde o começo. Eu já sabia que há diferença entre as instituições de Polícia Militar e Polícia Civil, mas eu fiquei bastante surpreso”, disse em 2018 em entrevista ao g1 sobre a importância de apoiar e inspirar que mais homens trans entrassem na carreira policial.

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