Morre terceira criança Yanomami por falta de atitude de governo Bolsonaro

Atualizado em 20 de novembro de 2021 às 21:07
Bolsonaro STF
Bolsonaro – Foto: Reprodução

Neste sábado (20), mais uma criança Yanomami morreu na Terra Indígena Yanomami. A vítima tinha sintomas de malária, desnutrição e pneumonia, conforme relato do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana. O episódio acontece em mais um caso de abandono do governo Bolsonaro, em que Yanomami tem o maior índice de mortes por desnutrição infantil do país.

O óbito foi em Xaruna, mesma comunidade onde há três dias uma outra criança, de 3 anos, também morreu. Nos dois casos, o Condisi-YY afirma que não houve atendimento por parte do Distrito Sanitário Yanomami, órgão que responde à Secretaria Especial de Saúde Indígena, ligada ao Ministério da Saúde.

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, deu um prazo de cinco dias, a partir desta quarta-feira (17), para que o governo Bolsonaro preste esclarecimentos sobre a situação do povo Yanomami. O pedido é do partido Rede Sustentabilidade. Além da malária e da falta de atendimento médico, lideranças denunciam que a comunidade sofre com desnutrição.

Leia também:

1; Mario Frias compartilha VÍDEO de humor com presidente pagando de machão

2; ‘Vivas à Redentora’: Sérgio Camargo exalta princesa Isabel no Dia da Consciência Negra

3; Fuga de Olavo de Carvalho em avião da FAB vira caso de polícia

Sob Bolsonaro, Yanomami tem o maior índice de mortes por desnutrição infantil do país

Em 2019 e 2020, nos dois primeiros anos do governo de Bolsonaro, pelo menos 24 crianças Yanomami com menos de 5 anos morreram por desnutrição, de acordo com dados obtidos pela Agência Pública na Secretaria Especial de Saúde Indígena, por meio da Lei de Acesso à Informação. Os números podem ser ainda maiores, já que não há cobertura integral de saúde no território e existe a presença de povos isolados no território Yanomami. Os óbitos ocorreram em 15 dos 37 polos-base do Distrito de Saúde Especial Indígena (Dsei) Yanomami, sendo 11 deles localizados em Roraima e os demais no Amazonas.

O número é ainda mais gritante quando se olha proporcionalmente. Entre 2019 e 2020, 352 crianças brasileiras menores de 5 anos morreram tendo como causa principal a desnutrição, segundo dados disponíveis no DataSUS. Isso significa que aproximadamente 7% dos óbitos com esses critérios no país ocorreram no território Yanomami, que possui apenas 0,013% da população do país – uma sobrerrepresentação de 557 vezes. Tanto os dados da Sesai quanto os do DataSUS ainda são preliminares e podem mudar em atualizações futuras.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link.

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link.