Mudanças na PGR e na PF aceleraram investigações contra Bolsonaro

Atualizado em 11 de fevereiro de 2024 às 10:08
Reunião ministerial na qual Jair Bolsonaro convoca ministros a agir antes da eleição. Foto: reprodução

O inquérito das milícias digitais, desencadeado após os ataques ao Capitólio nos Estados Unidos, foi concebido como uma medida preventiva diante das investidas antidemocráticas de Jair Bolsonaro no Brasil. O ex-presidente é agora apontado como líder de uma organização criminosa que planejou um golpe para se manter no poder.

No Brasil, a investigação começou como o inquérito dos atos antidemocráticos, mas enfrentou dificuldades devido à inação do procurador-geral da República, indicado por Bolsonaro.

Três anos após os ataques ao Capitólio, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a apreensão do passaporte de Bolsonaro e buscas contra figuras proeminentes das Forças Armadas, expondo os bastidores da escalada golpista. Apesar de enfrentar percalços e críticas, o inquérito é considerado o mais robusto entre os vários que miram Bolsonaro e seus aliados, com a Polícia Federal encampando os pedidos da Procuradoria-Geral da República.

O inquérito, originalmente dos atos antidemocráticos, evoluiu para investigar as milícias digitais associadas ao entorno de Bolsonaro. A delegada Denisse Ribeiro organizou a investigação, identificando um padrão semelhante ao dos Estados Unidos: inflamação das bases políticas, disseminação de desinformação e disposição para qualquer meio para se manter no poder.

Após a saída de Ribeiro, o delegado Fabio Shor continuou as investigações, avançando especialmente após a quebra do sigilo telemático de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O relatório parcial entregue por Ribeiro a Moraes apontava para Bolsonaro e a atuação do governo contra as urnas eletrônicas.

O general Augusto Heleno ao lado de Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O inquérito das milícias digitais inclui diversas linhas de apuração, como ataques virtuais, tentativa de golpe, uso de estruturas do Estado para obtenção de vantagens indevidas, entre outros. Com a recente operação da PF, a investigação sobre a tentativa de golpe avança, aguardando o encerramento do caso sobre as transações suspeitas no gabinete da Presidência e a participação de Bolsonaro nos eventos de 8 de janeiro.

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