Na ONU, EUA vetam proposta de cessar-fogo em Gaza pela 3ª vez

Atualizado em 20 de fevereiro de 2024 às 14:41
Embaixador da Argélia na ONU fala antes de votação no Conselho de Segurança, em NY, EUA. Foto: Mike Segar/Reuters

Nesta terça-feira (20), os Estados Unidos exerceram seu veto pela terceira vez consecutiva em uma proposta de resolução do Conselho de Segurança da ONU relacionada ao genocídio de Israel contra palestinos que vivem na Faixa de Gaza. O veto bloqueou a exigência de um cessar-fogo humanitário imediato, levantando preocupações sobre o impasse no conflito que já dura semanas.

13 membros do conselho votaram a favor do texto apresentado pela Argélia, enquanto o Reino Unido se absteve, evidenciando uma divisão na comunidade internacional sobre as ações a serem tomadas para conter a violência na região. O veto dos EUA frustrou os esforços de aprovação da resolução, que buscava estabelecer um cessar-fogo imediato para proteger civis e permitir a prestação de ajuda humanitária.

O embaixador da Argélia na ONU, Amar Bendjama, destacou a importância do apoio à vida dos palestinos ao defender a resolução. Ele argumentou que votar contra a proposta significaria endossar a violência e a punição coletiva infligida aos palestinos na região.

“Um voto a favor desse projeto de resolução é um apoio ao direito dos palestinos à vida. Por outro lado, votar contra implica um endosso à violência brutal e à punição coletiva infligida a eles”, disse Bendjama ao conselho antes da votação.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU. Foto: reprodução

Por sua vez, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, expressou preocupação de que a resolução proposta pudesse prejudicar as negociações em andamento entre os EUA, Egito, Israel e Catar, que buscam intermediar um acordo de paz e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas em Gaza. Thomas-Greenfield enfatizou a importância de não atrapalhar essas negociações sensíveis com a adoção de uma resolução que poderia ter um impacto negativo sobre as mesmas.

No entanto, os EUA propuseram um projeto alternativo de resolução pedindo um cessar-fogo temporário e se opondo a uma grande ofensiva terrestre de Israel em Rafah, sugerindo uma “abordagem mais equilibrada” para resolver o conflito. Este novo projeto ecoa a linguagem utilizada pelo presidente Joe Biden em suas recentes conversas com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

O projeto de resolução dos EUA destaca o apoio a um cessar-fogo temporário em Gaza, baseado na libertação de todos os reféns, e pede o levantamento de barreiras à assistência humanitária.

No entanto, a resolução rejeitada redigida pela Argélia não vinculava o cessar-fogo à liberação de israelenses levados à Gaza, exigindo separadamente uma trégua humanitária imediato e a libertação incondicional de todos os reféns, de ambos os lados.

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