Sergio Moro escreveu um artigo pedestre na Veja desta semana elogiando a intervenção militar no Rio de Janeiro.
Do alto de sua experiência em sabe-se lá o que de segurança pública, Moro comete uma série de platitudes que começam no título: “O crime não é invencível”.
De acordo com o juiz, “a intervenção temporária das Forças Armadas na segurança pública do Rio de Janeiro tem razões suficientes. O ‘exército’ do tráfico precisa ser enfrentado, com cautela, por meio de uma força sobrepujante, e as Forças Armadas brasileiras são quem pode fazê-lo no momento”.
Ele aproveita para contrabandear sua tese preferida no momento.
“É preciso vontade política em uma democracia para mudanças. A insegurança pública, com cerca de 60 000 homicídios por ano, e a corrupção pública, com os crimes escandalosos julgados nos últimos anos, chegaram a níveis intoleráveis”, diz.
“Não são compreensíveis tergiversações ou retrocessos, como, por exemplo, o que se cogita, quanto à corrupção, de não mais permitir a execução da pena após a condenação em segunda instância, e assim voltar à prática dos processos que nunca terminam e à impunidade dos poderosos, mas essa é uma outra história.”
O general Villas Boas curtiu e comentou em suas redes.
“O Juiz Sergio Moro aborda com maestria a intervenção federal no RJ, suas consequências e reflexos. Dentre os temas, citou a tragédia da corrupção, foco de tantos desvios de nossa sociedade. Parabéns pela lucidez!”, animou-se.
O melhor trecho da peroração de Moro é o segundo parágrafo: “Escrevo este artigo com algumas considerações e sugestões, provavelmente desnecessárias”.
Se são desnecessárias, para que se dar ao trabalho, ora?
Enquanto isso, a Vila Kennedy toma sua dose de choque e ordem.
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