“Não confinamento proposto por Bolsonaro é uma ação suicida”, diz ao DCM brasileira infectada por coronavírus na França

Atualizado em 2 de abril de 2020 às 18:36
Mariana Diamantino

A brasileira Mariana Diamantino, 30, doutoranda em Direito na Sorbonne, viveu dias de angústia e medo com a aparição dos sintomas do coronavírus na França. Moradora de Aubervilliers, na populosa periferia de Paris, ela compartilhou com o namorado a indefinição sobre seu diagnóstico, enquanto, por telefone, os serviços do SAMU lhes dissuadiam de procurar um hospital.

Em entrevista ao Diário do Centro do Mundo, ela narra a evolução da febre à quase asfixia e o desespero de lidar com os sintomas diante da falta de informações. “Um susto”, nas palavras dela, ao se confrontar com um sistema de saúde que julgava exemplar. Uma gestão insatisfatória, na visão dela, do governo Macron: “A gente se sente desamparado e infantilizado, como se fossemos burros que não conseguem entender a situação”.

Recuperada, a preocupação agora é com os pais no Brasil, governado por um presidente que decidiu não agir, o que ela critica como sendo de “extrema irresponsabilidade colocar em perigo a população inteira”.

Para a jurista, a pandemia revela o sucateamento dos sistemas de saúde, mas também uma divisão administrativa favorável ao Brasil e pistas sobre o futuro da humanidade.

DCM: Como foi a experiência da aparição de sintomas e busca pelos serviços de saúde na França?

Mariana Diamantino: Eu e meu namorado tivemos sintomas da doença ao mesmo tempo, desde o momento em que a gente sentiu dores no corpo, na cabeça, muito cansaço… A gente não tinha termômetro mas sentia que a temperatura do corpo estava elevada. A gente ligou para o SAMU e conseguiu falar com um médico, num domingo de manhã.

DCM: Demorou quanto tempo para vocês conseguirem falar com um médico?

Mariana: Nesse primeiro momento, a gente conseguiu relativamente rápido falar com um médico, mas como a gente não tinha termômetro, eles falaram que era importante medir a temperatura. Então a gente foi aconselhado a comprar um termômetro para ver se a temperatura corporal estava alta ou não. A gente desligou. Fomos à farmácia, muito cansados. Quando chegamos, medimos a temperatura. Meu namorado estava com 39°C e eu estava com 37,4°C, ou 37,5°C, não lembro exatamente. A gente ligou de novo para o SAMU porque a orientação era: “se você estiver com febre alta é para ligar”. No domingo à tarde, já demoramos três horas para conseguir falar com um médico.

DCM: E, com isso, a febre continuava…

Mariana: Sim. A gente começou a tomar o paracetamol e procurar informações na internet. Eu tenho uma amiga (brasileira) que é médica. Começamos a procurar informações por nós mesmos. Até então eu não conhecia ninguém que tivesse tido a doença. A impressão que a gente tinha é que nesse final de semana, 15 de março, foi quando as informações começaram a chegar realmente sobre o que estava acontecendo.

A gente ficou uma hora e meia esperando, a ligação parece que caiu. Não sei se desligaram na nossa cara ou a ligação caiu e a gente teve que entrar na fila de espera de novo. Depois de três horas, a gente teve um médico.

No SAMU, eles fazem uma triagem. Primeiro você fala com um atendente, que não é médico. Ele pega suas informações, seu nome, seu endereço, os sintomas que você está sentindo, etc.

Como a gente estava só com febre, dor de cabeça, dor no corpo e cansaço, a gente entrou numa fila de espera demorada. Mas o que foi interessante é que de domingo de manhã para domingo à tarde a fila de espera aumentou consideravelmente.

Quando a gente conseguiu falar com o médico finalmente depois dessas três horas, ele falou que não tinha nenhum problema, que os nossos sintomas eram de gripe mas que era para a gente ficar de quarentena, por 14 dias. Ele falou para tomarmos paracetamol, beber bastante água com açúcar, repousar…

A gente achou estranho médico dar diagnóstico por telefone. Eu tenho duas amigas médicas, já fiz várias perguntas pra elas na minha vida de um modo geral e elas nunca dão diagnóstico por telefone. Então achei estranho e ao mesmo tempo contraditório: primeiro fala que é uma gripe, depois fala para não sair de casa. Se você tem gripe, você não precisa ficar de quarentena.

Enfim, a gente ficou tomando paracetamol de quatro em quatro horas durante quatro dias e pesquisando os sintomas, a evolução, porque parecia que eles iam piorando, aparecia um sintoma novo. Na segunda-feira, a gente estava com um cansaço muito maior. A gente não sabia se era uma evolução da doença. Amigos diziam que podia não ser nada.

No documento, a gente tinha perguntado se podia ser testado, se tinha como ir para o hospital fazer teste e foi aí que eles falaram: “não, a gente não tem teste”. Essa informação ainda não estava na mídia, de que eles só estavam testando casos gravíssimos. Aí a gente viu que ir para o hospital não adiantaria de nada, porque a gente não seria prioridade, não seria testado, então a gente ia ter cuidar da gente mesmo.

DCM: Você sentiu medo por conta disso?

Mariana: A gente ficou bastante assustado porque a gente não tinha a informação direito em francês. Português, muito menos, nos sites brasileiros. Comecei a relatar os sintomas à minha amiga médica brasileira. Perdi o olfato na terça-feira. Eu não sabia se a perda do olfato significava que a doença estava evoluindo, agravando-se ou não.

Os sintomas são progressivos. E a falta de informação faz a gente ficar com medo. Pode ser que esteja se agravando e eu não me dê conta, mas ainda não estou numa gravidade tão grande que me permita ser prioridade nos serviços médicos porque os hospitais estão saturados.

Quando eu tive a perda de olfato, ainda não estava se falando como sintoma do Covid-19. Nas redes sociais, lemos vários testemunhos de pessoas que tiveram. A gente viu a entrevista de um médico, que tinha testado positivo, e o único sintoma que ele tinha tido era perda do olfato. Então, quando eu perdi o olfato eu tive certeza de que era o Covid-19, mas não foi o sistema público de saúde que falou.

DCM: Nessa busca, você se deparou com informações falsas?

Mariana: Não, porque a conclusão à qual a gente chegou nesse momento é que é uma doença nova e não conseguiram ainda ter um padrão dos sintomas. Várias pessoas tiveram sintomas completamente diferentes. Algumas pessoas têm o Covid-19 e são assintomáticas. O Brasil ainda estava começando, então não tinha muita informação na mídia, jornais, mesmo artigos científicos.

Uma semana depois que eu perdi o olfato, minha amiga médica me mandou um artigo científico em inglês dizendo que a perda de olfato era um sintoma do Covid-19 porque o vírus afeta o nervo olfativo. Então a gente ficava muito apreensivo. Ainda tinha essa história de que a doença poderia se agravar uma semana depois do começo dos sintomas.

A questão da dificuldade respiratória começava uma semana depois. A gente entrou numa contagem regressiva para passar essa semana, para ver se sete dias depois do começo dos sintomas a gente ia melhorar ou piorar de vez. Na quarta-feira à noite, eu tive a crise respiratória. A gente saiu um pouco para tomar um ar, porque fazia dias que não saía de casa. Voltamos, estávamos tranquilos apesar das circunstâncias. Estávamos sentados no sofá e, de repente, senti uma falta de ar muito grande. Fiquei desesperada. Eu respirava, mas parecia que o ar não entrava.

Sai à janela e fiquei tentando respirar forte. A gente decidiu ligar para o SAMU de novo. Tivemos a primeira triagem, com uma pessoa que não é médica, já tinham o meu número, que já estava no sistema. Falei que tive problema de respiração e foi muito rápido para conseguir falar com um médico. Ele pediu para eu contar de um a dez para ver o meu fôlego. Contei com dificuldade. Perguntou sobre a febre e a gente falou que queria ir para o hospital e fazer um tratamento talvez, a gente tinha medo que a minha crise piorasse.

O médico falou que não achava que eu estava com dificuldade respiratória e que provavelmente era uma gripe. E que, se eu quisesse, eles poderiam me enviar uma ambulância para ir para o hospital mas que ele achava perigoso porque a gente ficaria exposto ao vírus.

A gente falou: mas, já temos o vírus, não tem problema nenhum. Nosso medo não era o de ser contaminado. Ele falou que, de qualquer forma, ia ter uma espera muito grande e deu a ideia de esperar uma hora para ver se essa dificuldade passaria. Se dentro dessa uma hora, a dificuldade para respirar continuasse, a gente deveria ligar de volta. Ele deu o nome. A gente decidiu seguir o conselho dele.

DCM: Depois dessa uma hora, você melhorou ou ligou de volta?

Mariana: Depois dessa uma hora, minha respiração se acalmou, fiquei respirando um pouco forte e a gente decidiu não ligar de volta. Mas fiquei com muito medo de voltar a ter uma crise dessa. A gente sentiu um certo alívio de ter conseguido falar com um médico rápido, que falando que tinha a possibilidade de enviar uma ambulância em caso de necessidade.

DCM: Você mora em que região do país?

Mariana: A gente está em Aubervilliers, que é uma cidade na periferia de Paris.

DCM: Uma região bastante populosa.

Mariana: Sim.

DCM: O que é reconfortante saber que haveria a possibilidade de uma ambulância ir te buscar…

Mariana: Sim, reconfortante. Mas ao mesmo tempo, a gente sentiu que o médico falou o mínimo necessário. Ele não explicou que eu não estava no grupo de risco, que eu poderia ficar tranquila, não deu informações sobre o que aconteceria depois. Ele só falou: “agora acho melhor você não vir e, se dentro de uma hora você tiver dificuldade de respirar, liga de novo”. Mas eu não sabia o que ia acontecer, se eu ter a crise de novo, se ia ser pior.

Já era de noite, confesso que eu fiquei com medo de dormir e acontecer alguma coisa. Graças a Deus nada aconteceu. Não voltei a ter nenhuma crise de respiração. Mas foi um momento apreensivo. Como a gente tinha lido, depois de alguns dias, os sintomas poderiam se agravar e a minha doença se agravou. Então ficamos na espera para ver se a do meu namorado ia se agravar.

DCM: Isso lembrando que o seu namorado teve uma febre muito mais alta do que a sua.

Mariana: No domingo, quando eu não conseguia falar por telefone direito, era o meu namorado que falava com o médico, e ele disse que tivemos 39°C de temperatura. E o médico disse que isso não era temperatura do Covid. Meu namorado corrigiu dizendo que eu tinha tido 37°C e ele 39°C e o médico disse que não tinha problema.

A gente ficou na dúvida de que temperatura é considerada alta para se enquadrar no Covid-19, um desencontro de informações. Ele falou mais uma vez que isso era uma gripe.

Eu tinha tido uma gripe duas semanas antes e não lembro de ter tido crise de respiração. Talvez foi por ter tido essa gripe antes que meus pulmões foram mais afetados do que os dele.

DCM: Engraçado é que eu tive a experiência de ter um suposto resfriado e ligar para o serviço de informações do governo, o 0800, e a atendente, que não era médica, me dizer que eles trabalham para o coronavírus com febre a partir de 38,5°C. Esse era o protocolo duas semanas atrás.

Mariana: A informação que a gente teve é que eles não têm teste para todo mundo. A gente tem relatos de um amigo (francês) que está bem mal e o médico falou que era uma gripe. A impressão é que eles falam que é uma gripe para você não ficar desesperado. Mas você está com todos os sintomas da doença, no meio da pandemia. Como um médico faz um diagnóstico por telefone, dizendo que é uma gripe e pede para você ficar em casa para não contaminar os outros? A gente ficou bem espantado com isso.

DCM: Você, como afetada pela doença, acredita que elas foram adotadas na medida certa na França?

Mariana: Não sou especialista na saúde. Pelas minhas leituras, nenhum país do mundo está preparado para ter essa demanda. Mas alguns países tomaram decisões mais eficazes do que outros. A China construiu dezenove hospitais. A Coreia do Sul fez testes em massa. A França deixou muito a desejar. Primeiro, na demora a adotar o confinamento. Eu devo ter sido contaminada uma semana antes.

Até o dia em que o Macron decidiu fechar as escolas, as pessoas no meu entorno não estavam levando a sério. Inclusive até depois do confinamento total tinha gente não levando a sério acho que por falta de informação da situação mesmo.

Em seguida, o fato de jogar a responsabilidade no cidadão sendo que o governo demorou muito a tomar medidas que pioraram a situação, como (em relação) à falta de máscaras.

Em vez de o governo centrar a comunicação dele no fato de que qualquer país estaria despreparado para enfrentar essa pandemia, eles decidiram concentrar a comunicação oficial mentindo, dizendo que não precisa de máscara, porque não serve para nada, sendo que serve sim. Em vez de dizer que não estavam preparados para fazer testes em massa na população, disseram que testes não serviam de nada na população.

Bolsonaro

Define o confinamento mas ao mesmo tempo as pessoas podem ir votar nas eleições municipais. E no mesmo dia, o domingo, quando começaram meus sintomas, muitos parisienses foram vistos em mercados, parques. O primeiro-ministro e o presidente repreenderam essa atitude mas ao mesmo tempo autorizaram as eleições.

Tem muita conversa contraditória. A porta-voz do governo chegou a falar na televisão, depois do pronunciamento sobre o confinamento total, que a máscara não serve para nada, que precisa de uma formação técnica para colocar a máscara. A gente se sente desamparado e infantilizado, como se fossemos burros que não conseguem entender a situação.

Tem anos que os funcionários da saúde estão reclamando da falta de leitos, das condições de trabalho e a questão do coronavírus vem evidenciar isso. A população toda agora se deu conta de que o que eles estavam falando era verdade. E que os primeiros afetados somos nós.

As medidas de confinamento parecem um pouco estranhas. Todo mundo deve ficar confinado mas ao mesmo tempo existe um chamado para voltar ao trabalho. Não são só as indústrias, as produções essenciais que continuam trabalhando. Você pode sair com um atestado até um quilômetro da sua casa… Existem os abusos no controle, o policial pode achar que você não está com um motivo legítimo para sair.

Eu comecei a aconselhar as pessoas que eu conheço a não esperarem declarações oficiais do governo. Avisei um amigo no Reino Unido. Naquela época, o governo britânico não queria tomar nenhuma medida. Falei que, no meu entorno, não estávamos levando a sério, que não ia nos atingir. Os políticos falavam que não ia atingir a França.

Essa pandemia vem consolidar esse sentimento de insatisfação com os poderes públicos, vem evidenciar o sucateamento do sistema de saúde, o quanto a gente vende nossa saúde para um sistema econômico, social, político, “democrático”. A gente vende nossa qualidade de vida. Essa pandemia vem evidenciar que a gente não pode continuar assim.

DCM: Em relação aos seus pais e as medidas (não) adotadas pelo governo Bolsonaro, qual é o estado de preocupação?

Mariana: Há duas semanas, eu comecei a falar para as pessoas, dizendo para não esperar uma declaração oficial do governo em relação ao coronavírus.

Principalmente porque a gente viu que o presidente da República estava muito distante, em relação ao da França e da Itália, de tomar uma decisão, de declarar um confinamento. Eu confesso que fiquei bastante preocupada. Foi um susto.

O sistema de saúde da França é considerado exemplar e o sistema de saúde do Brasil é muito mais precário. O Brasil tem muito mais desigualdade, precariedade sanitária e de saneamento. Comecei a ter medo que fosse bem pior no Brasil.

DCM: Como você reagiu quando o presidente Jair Bolsonaro disse que era apenas uma “gripezinha” e aconselhou as pessoas a sair do confinamento?

Mariana: Eu vejo isso como uma irresponsabilidade muito grande. Com o confinamento a situação já é de gestão bastante difícil num país pequeno como a França, eu imagino no Brasil, um país de tamanho continental, com todas as suas especificidades…

Eu entendo o fato de pessoas continuarem trabalhando, no Brasil o trabalho informal é muito maior, as pessoas precisam de horas de trabalho para receber, mas diminuir uma pandemia em que os órgãos internacionais, a Organização Mundial da Saúde, dizem que são coisas sérias…

A gente viu a mudança de discurso e de ação no Reino Unido e o presidente (do Brasil) falar que é uma gripezinha… Só não me espanta porque ele já vem de um histórico de declarações infelizes. Mas é de extrema irresponsabilidade colocar em perigo a população inteira.

E a questão de falar que o grupo de risco são os idosos, isso não é verdade. Não são só os idosos. Meus pais não são idosos e estão no grupo de risco. Muitos brasileiros têm problemas que os colocam no grupo de risco. 

Mesmo não estando no grupo de risco, tem muita gente nova que precisou de respiradores, de tratamento.

É um nível de impotência ver o presidente da República dizendo isso e ao mesmo tempo, eu, enquanto jurista, fiquei muito feliz de o Brasil ser um estado federativo porque isso dá um certo poder para os outros entes federados, os estados e os municípios, tomarem atitudes que o presidente da República não quis tomar.

DCM: Onde você se sente mais segura em relação ao coronavírus, na França ou no Brasil?

Mariana: Aqui, na França.

DCM: Por quê?

Mariana: Primeiro, porque existe um confinamento determinado pelo governo central e as pessoas respeitam, na sua maioria. Por mais que eu tenha tido uma insatisfação com a forma com que os meus sintomas foram tratados, acho que o sistema, pelo menos o público, está mais preparado. E porque, mesmo no nível econômico, eu fiquei muito tranquila.

Eu tenho o estatuto de autoempreendedora. Eu dou aula no ensino superior aqui. O governo previu uma ajuda excepcional para os autônomos que não podem trabalhar durante a epidemia. Não é muito, mas vai ajudar bastante.

Socialmente também as pessoas estão aderindo mais à importância do confinamento, à gravidade da situação. É o que eu vejo pelas redes sociais. Eu não sei como seria, talvez teria medo de contaminar os meus pais. A resposta para essa pergunta é no mundo das ideias. Eu acho é que, apesar de insatisfatória, a resposta aqui está sendo melhor do que foi no Brasil.

DCM: Em relação ao uso da cloroquina, o governo Macron considera o uso da cloroquina de acordo com a avaliação dos médicos em certos casos. No Brasil, Bolsonaro prega o uso da cloroquina como remédio. Você como sendo uma pessoa afetada pelo coronavírus se sentiria segura para usar esse medicamento cuja eficácia ainda não foi comprovada?

Mariana: Eu ainda não tenho opinião formada sobre esse medicamento. O Dr. Raoult é uma pessoa bastante renomada, defende o uso da cloroquina. Isso pesa bastante a favor, mas ao mesmo tempo vejo médicos, inclusive essa amiga minha, que é médica e em quem eu confio bastante, dizendo que os resultados foram muito pequenos para ter certeza tanto sobre a eficácia quanto sobre os efeitos colaterais.

É uma boa pergunta. Se eu estivesse com sintomas muito graves, com dificuldades de respiração, eu acho que eu gostaria de usar o remédio, principalmente agora, que já tem uma semana que eu não tenho sintomas, a gente viu que teve muita gente que chegou a falecer e o progresso da doença foi muito rápido.

A grande dificuldade é saber em qual momento o Covid-19 é grave o suficiente para uma intervenção para uso da cloroquina e o limite a partir do qual esperou-se demais e a pessoa vai chegar a óbito. Eu não sei dizer se eu usaria com toda a tranquilidade, porque parece que a cloroquina tem como efeito colateral a cegueira e outras coisas.