Publicado originalmente no Tijolaço:
Por Fernando Brito
Os jornais falam que o governo fez uma “mudança de metodologia” na contagem das vítimas da pandemia.
Não fez.
Mudança de metodologia seria, por exemplo, usar o diagnóstico clínico para a contagem dos casos de Covid-19, pela incapacidade de aplicar testes em quantidade suficiente.
O que está em curso é outra coisa, é a tentativa de esconder os cadáveres, aos milhares, que a epidemia está fazendo pelo Brasil.
Carlos Wizard, bilionário mórmon que foi colocado à frente da Secretaria de Ciência, dedica-se à arte de, a partir do nada, definir que há uma “supernotificação” de casos de morte pela doença:
“A orientação do Ministério da Saúde anteriormente era ficar em casa. A pessoa estava em casa e morria por uma razão qualquer. Conclusão: nunca foi testado, nunca foi no médico e o atestado é que morreu por Covid.”
É o mais completo exercício de “chutologia epidêmica” que se tem notícia, como se os médicos dessem atestados de óbito a granel tendo o vírus como causa mortis, por “modismo”.
Metodologia?
O que o governo brasileiro pretende não conseguirá, é evidente, fazer chama-se ocultação de cadáveres.
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