Navio da MSC do qual homem “caiu no mar” não tem sistema de rastreamento de passageiros ou tripulantes

Atualizado em 31 de dezembro de 2023 às 12:38
MSC Preziosa

O passageiro que, supostamente, caiu no mar durante um cruzeiro na madrugada de sábado, 30, é o terceiro caso em dois meses em navios da MSC.A companhia recorreu às suas alegações habituais de que a pessoa saltou intencionalmente.

Dois barcos de resgate procuraram o homem durante várias horas. A empresa afirma que a Guarda Costeira liberou o navio para viajar.

O MSC Preziosa, como todos os outros da frota da MSC, exceto o Meraviglia, não possui sistema de MOB (Man Overboard, “homem ao mar” em português) de última geração, de acordo com o site especializado Cruise Law News.

O sistema de última geração detecta automaticamente, por meio de movimento, radar e tecnologia infravermelha, quando alguém passa por cima da proteção no convés e pode rastrear a vítima na água mesmo à noite.

Em 2017, a MSC Cruzeiros anunciou que tinha instalado o equipamento no Meraviglia e planejava implementá-lo em toda sua frota. Em julho de 2019, uma passageira caiu no mar, mas foi prontamente resgatada depois que o sistema MOB alertou a tripulação

Seis anos depois, o equipamento não foi instalado em nenhum outro navio.

Em novembro, Vishnu Vardhan Cheelam, membro da tripulação, desapareceu do MSC Seascape, em que atuava como faxineiro. De acordo com sua família na Índia, ele conversou com eles pouco antes de sumir no cruzeiro. Estava, segundo eles, de bom humor e ansioso para voltar para casa em fevereiro.

A MSC se recusou a fornecer aos familiares cópia de seu contrato de trabalho e a devolver seus pertences. Não pagou seus salários pendentes e nem US$ 1.500 em cash que teriam sido surrupiados da cabine. Também se recusa a fornecer cópia das imagens dele nas câmeras ou a fornecer depoimentos de testemunhas.

Não há consequências financeiras para uma linha de cruzeiro quando alguém cai ao mar de um navio não equipado com sistema MOB. A maioria das empresas de cruzeiros se recusa a instalar os mecanismos de salvamento porque querem evitar os custos significativos associados à procura de hóspedes ou tripulantes.