Negacionismo antivacina à brasileira vive de gogó, egoísmo e hipocrisia. Por Tiago Barbosa

Atualizado em 12 de janeiro de 2022 às 19:20
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O negacionismo tem sido um dos problemas do mundo durante a pandemia

O negacionismo à brasileira transita entre a estupidez, a cara de pau e a autoproteção típica de quem milita no gogó da falsidade. As mobilizações antivacinas internacionais são coroadas pelas mortes de expoentes capazes de dar a vida pela burrice da causa.

Religiosos, comunicadores e ativistas envenenados por conspirações paridas por larápios povoam o obituário dos jornais. Mas, por aqui, o relincho contra a ciência, o coice na medicina e a exortação da morte dão uma trégua para a injeção no braço.

É a reinvenção sanitária do aconselhamento aos otários: “Façam o que eu digo, não o que eu faço”. Essa ambiguidade – social e de caráter – descortina outro traço inerente a quem faz do desafio à lógica o pastoreio da vida.

A pregação anticiência por quem toma vacina é a exacerbação extrema do individualismo contra a coletividade. É a vazão maligna do desejo de extinguir o outro – enquanto se poupa – por meio da superlotação de hospitais, do cansaço médico, da vitimização dos mais vulneráveis.

A explosão de casos insuflados por variantes como a ômicron, com o consequente comprometimento da assistência hospitalar, realça esse comportamento doentio. Nas camadas mais ricas, a conduta antivax revela a confiança na garantia da plenitude pelo dinheiro – uma segurança abalada pelos fatos.

Nas mais baixas, denota a capilaridade da desinformação e a busca pelo pertencimento aos círculos conspiratórios pela ignorância. Nem mesmo o impacto positivo da vacina na salvação de vidas ou na contenção do vírus – comprovado por pesquisas – sensibiliza quem investe contra medidas de proteção social.

E proliferam ataques a imunização, máscaras, ações como passaporte vacinal ao arrepio da lógica, do bom senso e do histórico de regulação contra moléstias e outros riscos. A essência antivax subverte a realidade para alimentar o fanatismo pela sobreposição da mentira à informação – mesmo quando exercido da boca para fora e em prejuízo ao todo.

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E, para isso, manipula direitos fundamentais para dar suporte ao inaceitável – é quando “liberdade” (de morrer? de matar?) camufla a pura e simples idiotia. Essa é a expressão máxima de um horror social fruto da alienação pautada pela indiferença e pelo egoísmo.

Sobretudo quando executada por quem ajoelha diante de totens religiosos para encobrir os pecados diários contra os semelhantes – a fase mais torpe nesse ritual de hipocrisia.

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