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Negro e brasileiro, dirigente de partido fascista português ataca imigrantes: “A Europa é branca”

Marcus Santos

Um dos fenômenos mais sinistros advindos da ascensão da extrema-direita é o do negros racistas.

Temos — ou tínhamos — aqui Sérgio Camargo, bolsonarista doente, ex-chefe da Fundação Palmares, dono de um ódio incontido por si mesmo.

Em Portugal apareceu um certo Marcus Santos, dirigente do partido fascista Chega no Porto. Brasileiro, negro, Santos emigrou para os EUA aos 18 anos antes de tentar a vida em solo português.

Na última convenção, fez um discurso inacreditável. “Nós precisamos controlar as nossas fronteiras. Portugal não é contra a imigração, mas nós queremos, nós temos que ter controle e nós queremos os bons imigrantes”, falou.

“Qual é o problema? A Europa é branca, assim como a África é negra. Qual é o problema?” Em seguida, contou uma anedota para “provar” que o Chega não é um partido que discrimine estrangeiros.

“Eu encontrei há pouco tempo uma senhora brasileira, também, e ela me disse: ‘Uau, que bom, um brasileiro na política portuguesa, agora já temos alguém para defender os brasileiros que vivem em Portugal’. E, eu, `ohhh Jesus`… olhe, minha senhora, a senhora está equivocada, se eu quisesse defender os direitos dos brasileiros, eu estava no Brasil a lutar do lado da direita brasileira, a lutar do lado do ex-presidente Bolsonaro, e estaria com muito orgulho”, falou.

“Não estou na política portuguesa para defender o direito de brasileiros, indianos ou qualquer outro imigrante, como eu, que vive em Portugal. Estou em Portugal para defender os direitos dos portugueses, porque Portugal pertence aos portugueses. Se você não consegue se adaptar, volta para a sua terra.”

Marcus Santos ataca “pretaiada”: “Tenho muita pena dos macacos”

Mais recentemente, ele atacou a “pretaiada left ‘fofinha’: “Tenho muita pena dos macacos que por muitas vezes são comparados com estas pessoas”.

Marcus Santos perfilaria bonito com os “morenazis”, como foram batizados os neonazistas colombianos no início dos anos 2000.

Esses grupos apareceram fazendo barulho em manifestações e rapidamente se transformaram em piada. Uma delas acabou viralizando. Dava conta de um protesto do neonazismo em Dresden, na Alemanha.

A certa altura, morenazis se juntaram aos alemães. Tiveram que sair correndo logo depois. Haviam sido confundidos com refugiados e espancados.

Um dos “líderes”, Helmuth Buriticá, garantia que eles também eram arianos, apesar da cor da pele escura. “Culpa do clima!”, repetia, em meio aos sopapos que tomava.

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Kiko Nogueira

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