“Nenhum homem é rico o suficiente para comprar seu passado”: o que Oscar Wilde diria sobre Huck, que o citou sem conhecer

Atualizado em 14 de junho de 2020 às 12:52
Huck, Mourão e Santos Cruz

Luciano Huck, ele mesmo, vem tentando se passar por alternativa de centro, ou algo que o valha, a Jair Bolsonaro.

Hiperativo nas redes sociais, posta uma quantidade enorme de pieguices, auto-ajuda, frases de economistas do “terceiro setor”, bobagens capturadas no Google supostamente elevadas.

Hoje a vítima foi Oscar Wilde:

“Um mapa mundi q não inclua a utopia, nem vale a pena ser visto, pois deixa de fora o único país onde a Humanidade está sempre aportando. E qdo a Humanidade chegar lá, olha p/ o horizonte e, ao avistar outro país melhor, parte. O progresso é a realização de utopias.”

A sentença foi pega de segunda mão no livro “Utopia para realistas”, de Rutger Bregman, que está na moda entre gente que não gosta de ler.

Huck votou em Bolsonaro, proibiu nota contra o fascista por parte de seu grupo político na campanha, deu testemunho sobre sua fé no seguidor de Ustra.

Kennedy Alencar, num acesso de ira santa, resumiu bem o caráter do apresentador e candidato a presidente: “canalha” e “babaca oportunista”, mas o próprio Oscar Wilde teria algumas coisas a acrescentar.

Wilde era irlandês, homossexual (foi preso por esse “crime) e socialista.

Oscar Wilde (1854 – 1900)

É autor de um ensaio chamado “A Alma do Homem sob o Socialismo”, em que critica, entre outras coisas, a filantropia, área em que Huck atua.

Suas peças atacam a hipocrisia e a podridão dos ricos na Inglaterra vitoriana e os contos infantis estão permeados de denúncias de pobreza e exploração.

Era um dos maiores frasistas da literatura. Se Huck não fosse preguiçoso, teria se informado melhor sobre o escritor.

Eis Oscar Wilde sobre gente como Luciano Huck:

Nenhum homem é suficientemente rico para comprar seu passado.

Tudo no mundo está relacionado a sexo, exceto o próprio sexo, que está relacionado a poder.

É absurdo dividir as pessoas em boas e más. Elas são apenas encantadoras ou tediosas.

É monstruosa a forma como as pessoas criticam as outras pelas costas, dizendo coisas absoluta e completamente verídicas.

O mundo é um palco, mas seu elenco é um horror.

O tolo nunca se recupera de um sucesso.

A pessoa se torna mais trivial quando se leva a sério.

A cada boa impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular, é preciso ser medíocre.