Nomeado por Bolsonaro ao STF, Mendonça será relator em caso de imóveis pagos com dinheiro vivo

Atualizado em 1 de setembro de 2022 às 12:39
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça André Mendonça
Foto: Reprodução/Divulgação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), foi designado como relator da ação para investigar as compras de imóveis pela família do chefe do Executivo com dinheiro vivo.

Reportagem exclusiva do UOL mostra que quase metade do patrimônio em imóveis do candidato à reeleição e de seus familiares, nas últimas três décadas, foi construída com uso de dinheiro em espécie.

A ação na Corte foi apresentada por Radolfe Rodrigues (Rede), senador do Amapá e integrante da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante sua participação no UOL News, ele havia adiantado que acionaria o STF para iniciar as investigações.

“Com o salário legal que a gente recebe não é possível. Estou há 10 anos em Brasília e não moro em mansão, moro no mesmo apartamento funcional e não comprei mansão. Não tenho carros de R$ 1 milhão, de R$ 500 mil, não tenho patrimônio dessa natureza”, informou Randolfe.

O ministro André Mendonça mantém uma postura linear a Bolsonaro no STF. Em julho desse ano, durante discurso em evento da Assembleia de Deus em Imperatriz (MA), o presidente expôs o alinhamento de Mendonça ao seu governo. Ele ainda afirmou que o pastor evangélico e ex-ministro da Justiça era como um “freio” na Corte.

“Fiz um compromisso durante a campanha de indicar um terrivelmente evangélico para o STF. E assim o fiz. Indicamos e temos um pastor, que também é um ser humano e pode errar, mas tenho certeza que as pautas conservadoras estarão com ele. O ativismo judicial não será aprovado porque esse pastor tem o poder de pedir vista do processo. É um freio que colocamos lá dentro”, confirmou Bolsonaro, na ocasião.

Na posse de André Mendonça no STF, no dia 16 de dezembro de 2021, o presidente além de falar sobre suas expectativas acerca do ministro “terrivelmente evangélico”, afirmou que “não pediria nada para ele”.

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