Nos EUA, chanceler de Bolsonaro elogiou Dilma e defendeu “legado” de Lula: “desenvolvimento social impressionante”

Atualizado em 2 de janeiro de 2019 às 20:22
Ernesto Araújo, chanceler de Bolsonaro

Antes de descobrir que o “marxismo cultural” petista vai acabar com o leite das crianças da família tradicional brasileira, Ernesto Araújo defendeu o legado dos governos Lula e Dilma em Washington.

Em 2011, quando conselheiro da embaixada do Brasil na capital dos EUA, o chanceler de Bolsonaro deu uma palestra no Akron Council on World Affairs (ACWA), entidade que organiza eventos com a diplomacia de outros países.

Sua peroração se chamava “Brasil Hoje – Um Modelo Global de Democracia e Desenvolvimento”.

O programa afirmava que Araújo traria “perspectiva para a conjuntura histórica” nacional, traduzida como “forte crescimento econômico e estabilidade política”.

Ele se concentrou em “quatro pontos-chaves”.

O primeiro: “Dilma Rousseff é a nova presidente, a primeira mulher a ser eleita para este cargo, vencendo com 56% dos votos no segundo turno. Ela tem grandes tarefas pela frente para continuar e expandir o legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

O segundo: “Nas duas últimas décadas, o Brasil alcançou um desenvolvimento social impressionante, reduziu a pobreza de dezenas de milhões e construiu uma economia que está crescendo fortemente, inclusive passando pela crise financeira global. Objetivos importantes, no entanto, devem continuar a ser abordados, incluindo continuar a abordar e erradicar a pobreza extrema”.

Número três: “Em março, o presidente Obama visitou o Brasil e fez uma série de palestras para autoridades governamentais, executivos de empresas e o público em geral. Estes enfatizaram a mudança de amplo espectro nas relações entre os EUA e o Brasil, com foco nos desafios que devem ser enfrentados na cooperação”.

Por último, mas não menos importante: “O Brasil emergiu como um player global, trazendo seu extenso conhecimento em todos os campos para a participação na resolução de problemas globais e aconselhamento de economias emergentes.”

Convertido ao olavo-bolsonarismo, Araújo hoje é um templário em luta contra o petismo, o globalismo, o abortismo, a ideologia de gênero, o curupira e a mula sem cabeça.

“Se você repudia a ‘ideologia do PT’, mas não sabe o que ela é, desculpe, mas você não está capacitado para combatê-la e retirá-la do Itamaraty ou de onde quer que seja”, diz ele em artigo na Gazeta do Povo.

Tá serto.