“Nos livre do comunismo”, diz Bolsonaro para Alckmin no Planalto

Atualizado em 9 de novembro de 2022 às 13:52
Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin

Após o encontro do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o vice-presidente e coordenador do governo de transição, Geraldo Alckmin (PSB), na última quinta-feira (3), Bolsonaro mostrou que continua assustado por falsas ameaças. A reunião foi organizada para alinhar a transição de governo.

O vice-presidente contou a seus aliados que, logo na porta do gabinete presidencial, o ex-capitão agarrou seu braço e pediu: “Por favor, nos livre do comunismo”.

O relato de Alckmin foi feito a pelo menos três pessoas que estiveram com ele nos últimos dias. A frase dita por Bolsonaro variou em cada reprodução feita por Alckmin, mas todas as versões falavam sobre a necessidade de proteger o país de um “fantasma que não está no horizonte”, se referindo ao comunismo.

Segundo o jornalista Bruno Boghossian, da Folha de S.Paulo, o coordenador do governo de transição demonstrou ter achado graça da fala do presidente derrotado.

O ex-governador paulista, que durante sua trajetória já esteve no PSDB como um político de centro-direita, nunca associou Lula a uma ameaça comunista, mesmo quando os dois eram adversários. Atualmente, ele se tornou o símbolo de uma caminhada do petista em direção ao centro.

A reunião no Planalto, da semana passada, durou cerca de meia hora e teve a participação da presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT), e do ex-ministro e fundador da sigla Aloizio Mercadante (PT).

O presidente do PP, Ciro Nogueira (PP) e Luis Eduardo Ramos, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, representaram o governo Bolsonaro, além de outros técnicos. Alckmin disse que Ramos os parabenizou pela eleição e se colocou à disposição para ajudar no que for necessário.

“Nos cumprimentou, deu os parabéns, desejou um ótimo trabalho e se colocou à disposição nesse período de transição, porque quem faz a transição é o ministro Ciro Nogueira, mas tem uma parte que ele participa”, afirmou o vice-presidente eleito.

O governo de transição começou a ser efetivamente instalado nesta segunda-feira (7) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília.

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