Nova Resistência: autoridades consideram grupo ligado ao PDT como uma ameaça de risco terrorista

Atualizado em 17 de julho de 2023 às 13:37
Robinson Farinazzo (PDT), com uma bandeira do Brasil, e apoiadores da Nova Resistência – Foto: Reprodução

De acordo com o relatório National Risk Assessment, o grupo “Nova Resistência”, identificado com ideias de extrema-direita, mas com ramificações dentro do PDT, é, desde o ano passado, institucionalmente classificado no Brasil como “ameaça de risco para o extremismo violento e terrorismo doméstico”. A informação foi encaminhada ao DCM pela pesquisadora Michele Prado.

O que é o “National Risk Assessment”

O “National Risk Assessment” (Avaliação Nacional de Risco, em português) é um relatório elaborado pelo Banco Central, através do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) para identificar e avaliar os riscos de segurança nacional no Brasil. Esse tipo de avaliação visa mapear as ameaças internas e externas que podem afetar a estabilidade, a segurança e a integridade do país, bem como propor estratégias e medidas para mitigar esses riscos.

Essa avaliação geralmente abrange uma ampla gama de áreas, como terrorismo, crime organizado, cibersegurança, radicalização, ameaças ambientais, entre outros. É uma ferramenta importante para o governo no desenvolvimento de políticas de segurança e tomada de decisões estratégicas para proteger a sociedade e o país como um todo.

O documento é produzido em inglês para facilitar o acesso a investidores e órgãos internacionais que tratam da prevenção à lavagem de dinheiro e do combate ao financiamento de terrorismo.

A “Nova Resistência”

A “Nova Resistência” surgiu em 2015, em meio à crise política que culminou no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), como o primeiro grupo político brasileiro a defender a chamada “quarta teoria política”: uma vertente russa de extrema-direita sistematizada por Alexandr Dugin e que representa a base ideológica do presidente Vladimir Putin.

O grupo foi classificado na categoria “Grupos extremistas violentos não-islâmicos”. Essa categoria comporta ecoterroristas, ecofascistas, anarquistas insurrecionais, movimentos anticivilização, ultranacionalistas e neonazistas, grupos radicais motivados étnica e racialmente, partidários da ideologia da Quarta Teoria Política, do grupo Nova Resistência, do novo integralismo, grupos que pregam a intolerância religiosa e os motivados pela radicalização online em fóruns e chans.

O relatório

Segundo o texto o crescimento de grupos ultranacionalistas é impulsionado principalmente pelo aumento da imigração para a Europa. Esses grupos se opõem ao que acreditam ser uma “islamização da Europa” e respondem a essa “ameaça” com ataques violentos.

Trecho do relatório institucional brasileiro National Risk Assessment – Foto: Reprodução

“No Brasil, o anarquismo insurrecional é um movimento minoritário, adepto da ação direta e violência como meio de promover a revolução social. Os ativistas estão concentrados principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Há uma presença incipiente de grupos com tendência à radicalização”, diz outro trecho.

O documento também aponta que a inteligência do país está prestando atenção especial a indivíduos propensos a transformar seus ressentimentos em ações violentas, além de possíveis processos de radicalização.

A “Quarta Teoria Política”

Vale destacar que a Quarta Teoria Política é uma corrente de pensamento que retrata o liberalismo como uma representação do poderio americano sobre o mundo. A solução para acabar com esse domínio, segundo Dugin, seria a união dos valores do socialismo soviético com o fascismo.

No Brasil, a “Nova Resistência” tenta representar essa união ao redor da figura de Getúlio Vargas, mesmo presidente que inspira, em outros aspectos, a base ideológica do PDT. Nas eleições passadas, apoiaram a candidatura de Ciro Gomes no primeiro turno.

 

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