O acordo para poupar o Exército em operação da PF contra golpistas

Atualizado em 9 de fevereiro de 2024 às 14:38
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva. Foto: Reprodução

A operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, deflagrada nesta quinta (8), passou por adiamentos para evitar um dano à imagem das Forças Armadas. Nos bastidores, houve um acordo para que o general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira só seria alvo da corporação após ir para reserva. A informação é da Folha de S.Paulo.

Apontado pela PF como um dos integrantes da trama golpista envolvendo o governo Bolsonaro, Theophilo integrou o Alto-Comando do Exército até 1º de dezembro de 2023. A acusação contra ele já era conhecida desde que a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi homologada, em setembro do ano passado.

Interlocutores do general Tomás Ribeiro Paiva, comandante do Exército, e do ministro do Supremo relatam que eles discutiram os impactos que uma operação teria contra a imagem da Força ao atingir um militar da  cúpula ativa.

Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, general alvo de busca e apreensão da Polícia Federal. Foto: Reprodução

A relação de Moraes e Paiva é anterior à atual gestão do governo federal, e o magistrado foi um dos responsáveis por sugerir o nome do general para o comando do Exército. Após a conversa sobre o impacto da ação da PF, houve um acordo tácito para tentar mitigar os estragos.

Mesmo com o adiamento pra preservar Theophilo, ao menos 13 militares foram atingidos pela PF. Entre eles, há alguns militares da ativa.

Os principais alvos da ação estão no topo da carreira militar: os generais Theophilo, Walter Braga Netto (candidato a vice-presidente de Bolsonaro em 2022), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e o almirante Almir Garnier (ex-comandante da Marinha).

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