O Brasil precisa ser salvo urgentemente dos cidadãos de bem que humilham mulheres com fome

Atualizado em 10 de setembro de 2022 às 22:20
O bolsonarista que se recusou a dar marmita a uma mulher por ela dizer que vota em Lula

O bolsonarista que humilhou uma mulher humilde negando-lhe uma marmita por ela dizer que votaria em Lula não está apenas cometendo crime eleitoral. 

É muito pior que isso.

Ele é o retrato da perversidade do falso cristão, do cidadão de bem, dessa malta que enche as ruas e as igrejas e depois mata alguém de fome ou de tiro. 

É uma das cenas mais abomináveis num país que se tornou refém de uma minoria hedionda.

Certamente aquela não é sua única vítima. Quantas outras pessoas o homem achacou dessa maneira? Quem paga essas marmitas?

Até agora não se sabe sua identidade. O vídeo foi postado nas redes pelos Jornalistas Livres.

Houve tempo em que o canalha se escondia. Hoje ele tem orgulho de aparecer e se filmar porque o imbrochável autoriza e estimula.

No comício do 7 de setembro, Bolsonaro falou em “extirpar” seus adversários. Já declarou que “esquerdistas não merecem ser tratados como pessoas normais” e defendeu que se mandasse os inimigos para a “ponta da praia”, gíria para desova de cadáveres na ditadura. 

Hitler desumanizou judeus para poder exterminá-los.

O sujeito que faz isso com uma senhora está exercendo sua perversão em nome do líder fascista porque Bolsonaro é a lei e tudo é permitido. Essa barbárie ocorreu debaixo dos nossos narizes ao longo de quatro anos e está devidamente institucionalizada.  

O escritor francês George Steiner, morto em 2020, disse uma vez que o nazismo “não surgiu no deserto de Gobi ou na floresta tropical da Amazónia”. 

“Originou-se no interior e no cerne da civilização europeia. Os gritos dos assassinados ecoaram a pouca distância das universidades; o sadismo aconteceu a uma quadra dos teatros e dos museus”.

É preciso reagir. A questão é saber se não é tarde demais.