O gesto mafioso do chefe da matança. Por Moisés Mendes

Atualizado em 13 de julho de 2022 às 12:33
Presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou a morte do membro do PT, Marcelo Arruda, morto a tiros por um bolsonarista. Desde do inicio de sua gestão, ele defende o porte de armas.
Foto: Adriano Machado

Por Moisés Mendes

O chefe das milícias manda fuzilar a petralhada e depois telefona para os irmãos de uma das vítimas e pede para conversar.

Uma cena clássica de bandidagem que o brasileiro só havia visto em filmes sobre as máfias mais cruéis.

Há abordagens segundo as quais o gesto foi inadequado. Inadequado? Foi uma atitude de mafioso sem escrúpulos.

Bolsonaro tenta subjugar a família do militante petista que ele mandou que matassem, para que os parentes do morto participem do teatro que está armando.

E os dois homens fragilizados pelo assassinato do irmão e diante da imposição da autoridade miliciana ficam em dúvida se devem ou não conversar com o mandante do crime.

Tudo o que era distante e irreal está incorporado à realidade brasileira, com a cumplicidade de militares, empresários, ricos e classe média e mais o silêncio dos covardes.

Os irmãos assediados por Bolsonaro deveriam ter a proteção das instituições e do Supremo. Não interessa se eles são bolsonaristas.

Importa que estão sendo coagidos a participar de uma farsa, nesse que certamente é o momento mais doloroso já vivido pela família.

Mas quem protege o Supremo, se o Supremo contribuiu, com as concessões ao lavajatismo, para que o Brasil fosse governado por milicianos?

Quem vai proteger a viúva e os filhos de Marcelo Arruda do cerco dos chefes do assassino?

Quem vai conter o líder da matança?

(Texto originalmente publicado em Blog do Moisés Mendes)

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