O plano de Datena para concorrer ao Senado pelo DEM

Atualizado em 22 de abril de 2018 às 19:26
Datena e o filho Joel

Nas eleições deste ano, o Senado será renovado em dois terços das suas 81 cadeiras, o que significa que o eleitor terá que escolher dois candidatos para as duas vagas que serão abertas.

Em São Paulo, apenas Marta Suplicy (MDB) tentará a reeleição.

O tucano Aloysio Nunes, que poderia fazer o mesmo, já informou a direção do PSDB que não será candidato e deve se concentrar em sua defesa contra as diversas delações que o acusam de receber propina.

Uma das opções é abrir espaço para um candidato do MDB em troca da manutenção do foro privilegiado com a permanência à frente do Itamaraty ou de algum ministério.

Essa parece que tem sido a estratégia da cúpula tucana, capitaneada por Geraldo Alckmin.

No mundo de Alckmin, esses nomes, que antes garantiriam palanques fortes, hoje trarão mais problemas do que votos em seus redutos.

Aécio deve desistir da candidatura ao Senado, assim como já desistiu de pleitear o governo de Minas.

Com as vagas abertas no tucanato paulista, dois nomes se apresentaram para a disputa: o ex-líder da bancada na Câmara Federal, Ricardo Tripoli, e Cauê Macris, atual presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Caso o PSDB não abra mão de nenhuma das vagas nas negociações de apoio à candidatura presidencial, esses serão os candidatos do partido.

Se restar apenas uma vaga, ela deve ficar com Macris, um dos principais articuladores de Doria para a disputa do governo do Estado.

Muito embora Macris tenha recebido de Doria a promessa de apoio ao Senado, o ex-prefeito tucano negocia com o DEM apoio ao nome do partido.

Manter a palavra não tem sido uma característica de João Doria na sua curta experiência política.

Uma das possibilidades dos democratas é lançar José Luiz Datena ao Senado, ganhando muito mais peso nas negociações.

Ter Datena no palanque é o sonho de todos os candidatos ao Palácio dos Bandeirantes.

Embora o apresentador da Band venha dizendo em entrevistas que não será candidato a nada, sua filiação ao DEM antes do prazo final sinaliza que a candidatura não está descartada.

Datena estreou um programa dominical em que irá competir com os pesos pesados da tv aberta. Precisa de tempo para fazer o programa se estabelecer e esse tempo a legislação eleitoral lhe dá.

Segundo o TSE, a partir de 30 de junho de 2018 é vedado às emissoras de rádio e de televisão transmitir programa apresentado ou comentado por pré-candidato (Lei no 9.504/1997, art. 45, § 1o).

Portanto, Datena tem mais de dois meses para colocar o programa nos trilhos.

A sua saída da programação diária e a entrada de seu filho Joel em seu lugar não foram por acaso.

Com o herdeiro no posto, ele garante não só seu espaço, caso fracasse nas urnas, como não precisa abrir mão do salário. Parece um bom acordo.

Fontes dentro da emissora garantem que Joel pode, inclusive, substituir o papai no dominical durante o período eleitoral.