Por mais útil que seja seu esforço, João Doria está passando do tom no proselitismo em cima da Coronavac.
O marqueteiro que surgiu na vida pública traindo, primeiro seu padrinho político, Geraldo Alckmin, depois os eleitores de São Paulo, abandonando a prefeitura, e logo na sequência o presidente Jair Bolsonaro, de quem pendurou no saco no segundo turno em 2018, agora faz da imunização contra covid sua tábua de salvação para chegar à presidência no ano que vem.
Quem abriu as redes sociais na primeira hora da manhã desta segunda, 19, viu: de dentro da pista do aeroporto de Guarulhos, ele anunciava que estava aguardando um carregamento de insumos para a produção de mais cinco milhões de doses da Coronavac.
O que deveria ser uma ação administrativa comum, e de responsabilidade do Instituto Butantan e das demais autoridades de saúde, vira um carnaval sob as lentes do gestor.
Doria dorme e acorda pensando em como propagandear a Coronavac como se fosse um maná que ele, pelo seus belos olhos, estivesse trazendo dos céus para salvar o país.
Tanto que nunca esquece de dizer que o imunizante é do Brasil.
Orientou os militantes do PSDB paulista a espalhar que de 10 doses distribuídas no país, 8 vêm do governo de São Paulo. É a forma que encontrou para desgastar o fascista que ajudou a colocar no Palácio do Planalto.
João Doria mandou as escolas voltarem às aulas presenciais, autorizou a abertura de igrejas e outras atividades, tudo por cálculo político e para atender pequenos grupos de interesses.
Dá para acreditar que está assim tão preocupado com a saúde da população?
Os hospitais de campanha que foram desmontados no ano passado viraram lenda, e semanas atrás São Paulo vivia o caos inclusive nos hospitais de classe AAA.
Passou da hora de São Paulo e o Brasil debaterem João Doria de forma crítica. Ele já deu mostras suficientes de que é mais um alpinista ambicioso. Está longe do governante digno e dotado de verdadeiro espírito público – lembrem que prefeito de São Paulo ‘inventou’ uma ração humana para dar aos pobres e mandava acordar, em pleno inverno, os moradores de rua com jatos d´água.
Que fale da vacina, mas que tenha postura com relação às demais medidas necessárias para conter a onda da pandemia e pare de palhaçada. Virar garoto propaganda da Coronavac não é suficiente para transformá-lo em alguém decente.
O Brasil precisa de muito mais, e só alguém com dignidade e espírito público pode nos conduzir ao futuro que todos esperamos. Pelo exemplo que vem dando, essa pessoa definitivamente não é João Doria.
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