O que se sabe sobre o bombardeio do hospital em Gaza

Atualizado em 19 de outubro de 2023 às 0:18
Hospital Batista Al-Ahli Arab, na Faixa de Gaza, após o ataque. Foto: Reprodução

Um bombardeio em um hospital na Faixa de Gaza, onde estavam centenas de pacientes, médicos e socorristas, e cerca de mil refugiados, deixou centenas de mortos na última terça-feira (17). Ao menos 471 pessoas morreram, segundo autoridades palestinas.

Vídeos divulgados pela mídia local e internacional mostraram cenas caóticas do lado de fora do Hospital Al-Ahli Arab, na Cidade de Gaza. Nas imagens, é possível ver pessoas ensanguentadas e mutiladas sendo carregadas em macas no escuro.

O episódio ocorreu em meio aos ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza, que já resultaram em mais de 4 mil mortes, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Estes bombardeios são uma resposta ao ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro, que causou a morte de mais de 1.400 pessoas, a maioria civis.

A explosão no hospital Al-Ahli Arab aconteceu por volta das 19h50, horário local. Os relatos iniciais apontavam para a suposta queda de um foguete.

“Parte do hospital está em chamas”, disse o cirurgião britânico-palestino Ghassan Abu Sittah à BBC. “Não sei se é no pronto-socorro, mas tenho certeza que a sala de cirurgia [foi atingida]. Parte do teto caiu. Há vidro por toda parte”, acrescentou.

Pessoas se reúnem em torno de corpos de palestinos mortos em ataques aéreos israelenses no hospital Ahli Arab, no centro de Gaza. Foto: Dawood Nemer/AFP

Outro médico disse que 80% do hospital estava inutilizado e que centenas de pessoas morreram ou ficaram feridas na explosão. Além dos pacientes e dos trabalhadores, dentro e fora do prédio havia civis em busca de um local seguro em meio aos bombardeios.

Até a semana passada, aproximadamente 6 mil refugiados estavam no local, mas um ataque aéreo no último sábado (14) que deixou quatro feridos fez com que cerca de 5 mil deixassem os arredores do hospital.

O Hamas culpou Israel pelo ataque, classificando o episódio como “crimes de guerra”. “O hospital abrigava centenas de pacientes doentes e feridos, e pessoas deslocadas à força de suas casas”, disse o grupo.

Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel negaram ter bombardeado a unidade de saúde. “A inteligência e múltiplas fontes que temos em mãos indicam que [a facção palestina aliada do Hamas] Jihad Islâmica é a responsável pelo lançamento fracassado de um foguete que atingiu o hospital de Gaza”.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, culpou “terroristas bárbaros” pela explosão. Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, disse que o bombardeio foi um “horrível massacre de guerra” e que Israel “ultrapassou todos os limites”.

Líderes internacionais expressaram repulsa à violência, e a Casa Branca confirmou o cancelamento de uma cúpula de líderes internacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Médicos Sem Fronteiras, ONG que tem profissionais de saúde em Gaza, condenaram o ataque ao hospital.

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