Publicado originalmente no Brasil de Fato
A pandemia causada pelo novo coronavírus vem mostrando que a política econômica adotada pelo governo de Jair Bolsonaro, alinhada ao neoliberalismo, precisa ser “enterrada”. A análise é da economista e ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em uma transmissão ao vivo feita nesta terça-feira (14) pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Para ela, o Estado precisa ser forte e presente, ao contrário das ideias neoliberais, para impedir que a população seja “mais uma vez a mais atingida”. “Nós precisamos ter um estado que invista, que assuma a responsabilidade de assegurar que o Brasil possa fazer reconversão industrial, porque como um país que produz aviões e plataforma não é capaz de produzir respiradores e testes? Como é possível que o país que produz mais álcool etanol no mundo não produza álcool em gel?”, questionou.
Hoje, no Brasil, há escassez de testes, respiradores e leitos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). De acordo com levantamento realizado pela Agência Estado no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do portal Datasus, o SUS oferece somente 44% dos leitos de UTIs existentes em todo o país. Essa parcela é utilizada por 75% da população. O restante, cerca de 25% dos indivíduos brasileiros, tem acesso aos leitos da rede privada de saúde, que somam 56% do total de leitos. O estudo considerou os leitos de UTI adultos e pediátricos, excluindo os neonatais.
Quando o assunto é teste, o cenário não muda. O Brasil faz apenas 296 testes por milhão de habitantes, enquanto o Irã, o segundo que menos testa entre os países mais afetados, faz 2.755 por milhão, de acordo com O Globo.
Para além da crise no sistema de saúde, Dilma Rousseff também comentou sobre a crise econômica e social decorrentes da pandemia. Nesse cenário, “a gente tem que impedir a austeridade fiscal”, afirmou. Durante crises dessa gravidade, ela explica, a população espera que o governo “contenha o choque, proteja a população das adversidades que um choque dessa magnitude econômica, financeira e social provoca”.
Nesse sentido, a ex-presidente sugere que o governo emita título de dívida pública, assim como alguns países ricos vêm fazendo, como Alemanha e Estados Unidos. “A base tributária está comprometida. Quando a gente sair da crise, vai ter que tributar patrimônio, heranças, grandes fortunas, todos os ganhos de capital. Agora não dá pra fazer isso porque está paralisado. Então, o Estado só tem dois jeitos de se financiar: um é imposto e o outro é se endividando”, afirma Rousseff.
A ex-presidenta lembra que estados e municípios não têm a prerrogativa para emitir título de dívida pública, limitando-se a aumentar impostos, o que seria impraticável diante da pandemia. “Os prefeitos e governadores não vendem títulos da dívida, são bloqueados de todos os jeitos e são eles que precisam de recursos do governo federal. E o governo federal tem a obrigação da colocar esses recursos nas mãos dos prefeitos e governadores. Até porque é na ponta que vamos conseguir salvar a população”, defendeu.
A morte de um idoso de 70 anos por um policial na tarde da última…
Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (8) apontou que a aprovação do governo de Luiz…
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma nota nesta quarta-feira (8) para alertar…
A Secretaria de Comunicação do Governo Federal emitiu uma nota na qual rebate uma reportagem…
Quatro homens foram detidos sob suspeita de praticar abusos sexuais dentro de abrigos na região…
Os Correios estão selecionando voluntários para trabalharem na triagem de donativos que serão destinados às…