O risco da politização das polícias. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 14 de julho de 2022 às 23:00
A imagem de Bolsonaro e os PMs
Bolsonaro ao lado de policiais militares. Foto: Reprodução

Por Luis Felipe Miguel

São 80 policiais da ativa, só no Estado de São Paulo, que se candidatam às eleições, segundo o levantamento da Folha. Somados integrantes de outras forças de segurança, são 135 candidatos.

Aprofunda-se o fenômeno que já vinha sendo detectado ao longo das últimas eleições. Não são candidatos corporativos. São candidatos que veem em sua filiação corporativa uma alavanca para surfar na onda do discurso punitivista e anti-direitos humanos.

O alinhamento político de todos eles não é difícil de adivinhar. São a tropa de choque do bolsonarismo. O grave é que, no caso, a metáfora pode ser entendida de forma literal.

São dois fenômenos cruzados: a politização das polícias e a sua midiatização, com tantos policiais se tornando influencers da violência. Ambos apontam para graves problemas na gestão de uma segurança pública já tão marcada por incompetência, corrupção, brutalidade, racismo e viés de classe.

Sem apertar as regras contra a partidarização das políticas e contra a exposição nas redes, a tendência o quadro é se agravar. Mais uma vez, cabe a governantes democráticos fazerem escolhas – difíceis de implementar, certamente, mas cujo horizonte é bem claro.

(Texto originalmente publicado no Facebook do autor)

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