O silêncio de Moro sobre o militar preso com cocaína na Espanha: enquanto isso, ele estava na agência antidrogas dos EUA

Atualizado em 26 de junho de 2019 às 11:32

No mesmo dia em que um sargento da Aeronáutica foi detido em Sevilha, na Espanha, transportando drogas no avião reserva da Presidência, Sergio Moro conheceu a agência antidrogas dos Estados Unidos, a DEA,  Drug Enforcement Administration, em Washington.

A DEA ficou famosa no seriado “Narcos”, de José Padilha, que retratou a caçada dos tiras americanos a Pablo Escobar. O militar viajava na comitiva oficial de Jair Bolsonaro, cujo destino final é Osaka, no Japão.

Carregava 39 quilos de cocaína. 

Como entrou com essa quantidade? Que tipo de esquema existe na FAB?

A detenção levou o governo brasileiro a mudar a escala da viagem de Sevilha para Lisboa.

Os jornais espanhóis repercutiram a notícia, terminando de estragar a imagem de Bolsonaro no exterior.

O sujeito que vive acusando as FARCs na Venezuela pode estar gerindo um narcoestado organizado por milicianos.

O ministério da Defesa afirmou que os fatos estão sendo apurados e um inquérito policial militar será instaurado.

Bolsonaro foi ao Twitter dizer que havia sido “informado” e que, a depender das apurações, o sujeito será “julgado e condenado na forma da lei”.

O suspeito embarcou em Brasília e exercia a função de comissário de bordo na segunda equipe de tripulação.

Jair se manifestou sobre o Bozococa, mas o ministro da Justiça está quieto.

Como no caso Queiroz, vai fazer que não é com ele e, se provocado, virá com alguma conversa fiada do tipo “nada a declarar”.

Até quando?

Não por muito tempo. Moro já é uma figura decorativa, completamente desmoralizada a não ser nos círculos fascistas de adoradores da Lava Jato.

Cada escândalo do governo que ele ajudou a eleger é um pingo em sua moleira, que já tem uma cratera causada pelos vazamento com Dallagnol.

Moro poderia estar pedindo dicas aos amigos da DEA sobre essa apreensão de entorpecente. Eis uma história concreta.

Ao invés disso, provavelmente procura ajuda para se livrar do “hacker” na ficção que criou com a imprensa.

Um dos aviões da Embraer que transportam autoridades e ajudam em comitivas. Foto; AGÊNCIA FAB/SGT JOHNSON