O senador Omar Aziz (PSD-AM), recém-eleito para presidir a Comissão de Transparência e Fiscalização, afirmou nesta quinta-feira (9) que irá investigar a possível relação entre a venda de uma refinaria da Petrobras e as joias sauditas.
A refinaria em questão é a Petrobras Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde, na Bahia. A venda foi concluída em dezembro de 2021, para o grupo Mubadala Capital, um fundo de investimentos de Abu Dhabi. A venda ocorreu alguns dias após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) retornar de uma viagem ao Oriente Médio.
Segundo Aziz, a negociação foi feita abaixo do preço de mercado. A RLAM era avaliada em aproximadamente US$ 3 bilhões de dólares e foi vendida por US$ 1,8 bilhão.
A comissão já ingressou com um ofício solicitando documentos da Petrobras sobre a avaliação de preço da refinaria. A RLAM produz diesel, gasolina, óleo combustível e bunker, além de produtos especiais, como parafina e propeno.
Aziz quer um relatório na espécie de um “pente-fino” acerca dos negócios fechados pelo antigo governo com os árabes, especialmente com fundos de pensão ligados ao governo da Arábia Saudita.
“Qualquer violação aos interesses da União, relação com a tentativa de descaminho de joias, ou qualquer ato que tenha gerado vantagens a autoridades nessa venda, será levado à Justiça para punição dos envolvidos”, disse Omar.
Conforme revelado pelo Estadão, em outubro de 2021, um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou trazer ilegalmente um conjunto de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões ao Brasil.
Os itens eram presentes do governo da Arábia Saudita a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. As joias, no entanto, foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
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