Onda de calor extremo: ONS aciona usinas térmicas após aumento na demanda de energia

Atualizado em 17 de novembro de 2023 às 6:41
Usina termelétrica. Foto: Pixabay

A atual onda de calor tem gerado um aumento significativo no consumo de energia, levando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a acionar as usinas térmicas. Diferentemente do padrão usual, no qual as térmicas entram em cena devido à baixa nos reservatórios das hidrelétricas, desta vez, sua ativação é uma resposta direta ao crescimento da demanda ocasionada pelas altas temperaturas.

Enquanto as usinas térmicas mantinham uma produção média diária em torno de 7 mil megawatts, na última segunda-feira (13), marcada pelo recorde de demanda, houve um aumento expressivo de 63% na produção dessas usinas.

Especialistas, como Tiago de Barros Correia, ex-diretor da Aneel, destacam que o desafio atual reside não na produção, mas na distribuição eficiente dessa energia, especialmente em momentos de pico de demanda provocados pelo calor.

Correia ressalta que, embora as térmicas sejam mais dispendiosas e poluentes, sua ativação é necessária devido à capacidade de resposta imediata que oferecem em situações como essa.

“O que a gente tinha visto no passado era a termoelétrica entrando por falta de chuva, então ela entrava para fazer essa compensação do regime hidrológico; os reservatórios estavam baixos. Isso não é o que está acontecendo hoje, os reservatórios estão cheios, mas a gente precisa de ajuda para atender essa demanda de ponta”, destaca Tiago de Barros Correia, Diretor da Reg E Consultoria e ex-diretor da Aneel.

Calor poderá aumentar tarifas de energia elétrica, dizem especialistas | Brasil | Valor Econômico
Termômetro marca 40 graus. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O custo mais elevado da energia gerada pelas termoelétricas decorre dos combustíveis fósseis, como o aumento dos preços dos derivados do petróleo, influenciados por conflitos no Oriente Médio. Nesse contexto, investimentos em redes de transmissão de maior capacidade são cruciais, conforme enfatiza o especialista.

“O maior problema hoje é que existe até um excesso de geração e que a gente não consegue acomodar. Então o correto numa situação normal era a gente aproveitar a energia gerada pelo sol e pelo vento e fazer armazenamento de água nos reservatórios e guardar a termoelétrica, mas no contexto atual de hoje a gente tem que desperdiçar um pouco de vento de sol não consegue escoar pela rede”, ressalta Correia.

Além disso, o diretor da Reg E Consultoria e ex-diretor da Aneel aponta a importância de investimentos em linhas de transmissão, especialmente no Nordeste, para facilitar o escoamento dessas fontes já instaladas ou em processo de instalação.

A ANEEL, no entanto, destaca seu diálogo constante com o Ministério de Minas e Energia, distribuidoras e autoridades locais para estabelecer protocolos visando melhorar a resposta a eventos climáticos extremos. O objetivo é aprimorar os planos de prevenção e redução de danos diante dessas situações.

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link