Os gaúchos sem luz e água e resignados. Por Moisés Mendes

Atualizado em 20 de janeiro de 2024 às 7:49
Pelo menos 241 mil imóveis ficaram 3 dias sem energia elétrica. Foto: Defesa Civil de Porto Alegre

Se alguém com alguma liderança e reputação convocasse hoje uma manifestação pública contra os desmandos das concessionárias de energia elétrica e de água no Rio Grande do Sul, apareceria uma dúzia de bravos. E sempre os mesmos.

Os mesmos que reagiram ao golpe contra Dilma Rousseff, contra o desgoverno do golpista Michel Temer, contra a prisão de Lula e contra o genocida que esteve no poder.

Há muito tempo são sempre os mesmos, e eu tenho grande admiração e respeito por esses cidadãos.

É desconfortável ter de admitir, mas as reações às crueldades das concessionárias, com milhares de consumidores sem luz desde os temporais da semana, estão aquém do desprezo, em especial de CEEE Equatorial, que abastece Porto Alegre.

Estão aquém da incompetência do governador Eduardo Leite e do prefeito Sebastião Mello. Estão muito aquém dos desmandos cometidos pelas empresas e da omissão dos administradores.

Está faltando o que nunca faltou na luta pelo resgate da democracia. Falta uma reação enérgica e organizada aos crimes provocados pelas privatizações. Mas organizada por quem?

Leite não é apenas o pior governador do Estado. Mello não é apenas o pior prefeito de Porto Alegre.

Os dois são, além de medíocres, os mais subjugados pelo poder econômico em todos os tempos.

Os mais subservientes. Os mais obedientes. Os mais bem mandados. Os mais frouxos. Mas contam com a omissão de quem poderia estar reagindo.

Quem? Todos os que estão sem luz há pelo menos três dias e todos os que deveriam defender os que não têm luz.

Os protestos circulam pela internet, até com algum humor, mas sem nenhuma consequência. Leite e Mello sabem que a cobrança pela falta de luz e água é virtual e não terá qualquer efeito.

Moradores de Porto Alegre protestam pela falta de energia elétrica. Foto: reprodução

PENSAMENTO

Estou usando a tática da Internet para várias situações. Penso, escrevo ou falo de alguma e a coisa aparece pra mim.

Estou pensando que ano que vem teremos uma prefeita de Porto Alegre. Mas só funciona se for um pensamento coletivo.

Também penso num facínora preso.

Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes

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