Os motivos que levaram Moraes a autorizar operação contra Zambelli e Delgatti

Atualizado em 2 de agosto de 2023 às 14:13
O ministro Alexandre de Moraes e a deputada Carla Zambelli. Foto: Reprodução

A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quarta-feira (2), um mandado de prisão preventiva contra Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da Vaza Jato por divulgar mensagens trocadas entre integrantes da força-tarefa.

Além do hacker, a corporação cumpriu mandados de busca e apreensão contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

O objetivo da operação é identificar os responsáveis por uma invasão ao sistema do Judiciário. Durante a invasão, houve a inserção de um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Outros 11 alvarás de soltura falsos foram incluídos no sistema, mas não chegaram a ser executados.

Moraes justificou a prisão de Delgatti afirmando que “não há como se afirmar que o mesmo não mais tenha acesso aos sistemas do CNJ e de diversos outros Tribunais Judiciários do Brasil”.

Segundo a decisão, uma operação policial cumprida em 27 de junho identificou a participação de uma pessoa detentora de foro por prerrogativa de função na invasão ao sistema do Conselho. Trata-se de Zambelli, segundo o hacker.

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Netto. Foto: Reprodução

Em depoimento, Delgatti já havia dito que em setembro de 2022 a deputada teria se aproximado dele e pedido que ele invadisse as urnas eletrônicas ou algum sistema da Justiça, a fim de demonstrar uma suposta fragilidade na tecnologia do Estado.

O hacker admitiu que não conseguiu acessar o sistema da urna eletrônica nem o celular de Moares, e que não encontrou nada de comprometedor no e-mail do magistrado.

Após pesquisas, o hacker identificou uma fragilidade no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Zambelli, então, teria produzido o texto utilizado no falso mandado de prisão contra o ministro e “vazado” a minuta e o comprovante do documento.

De acordo com Delgatii, ele recebeu pagamento de 13,5 mil reais da parlamentar para ficar à disposição dela. As transferências foram realizadas por um assessor da deputada e por outro servidor que trabalha na Assembleia Legislativa de São Paulo como assistente parlamentar do deputado estadual Bruno Zambelli.

Diante disso, Moraes determinou a prisão preventiva de Delgatti e a busca e a apreensão de armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, passaportes, além de quaisquer materiais.

O ministro ainda ordenou a quebra do sigilo bancário de Zambelli e dos assessores parlamentares envolvidos no pagamento do hacker.

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