
Citado por Mauro Cid em delação à Polícia Federal, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio admitiu ter entrado no Palácio da Alvorada junto com o youtuber Bismark Fugazza no dia 12 de dezembro, data em que terroristas atacaram a sede da corporação em Brasília. Ele nega, no entanto, ter se reunido com o ex-presidente Jair Bolsonaro ou pedido proteção e abrigo a ele. A informação é da coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo.
Eustáquio disse ter usado o veículo oficial da Presidência para entrar no palácio por estar em cadeira de rodas à época. Ele também relatou ter sido recebido por Mauro Cid e Vinicius Coelho, então ajudantes de ordens de Bolsonaro.
Na ocasião, o blogueiro passava o dia em acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. Coelho teria questionado na data: “O que esse povo quer?”. Em resposta, Eustáquio disse que eles queriam que ele tomasse uma medida contra “abusos” do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Este povo que está na frente dos quartéis espera ansiosamente que haja uma investigação real e profunda sobre a lisura das urnas eletrônicas e se for comprovado qualquer tipo de indício de fraude, que seja tomada medida legal para conter esse avanço da esquerda sobre o comando do Foro de São Paulo”, afirmou o blogueiro. Cid, na sequência, teria dito: “Pô, Eustáquio, isso está um barril de pólvora”.
Eustáquio diz que foi ao banheiro após o diálogo e Cid acompanhou Bismark. Ele relata que não sabe para onde a dupla foi ou sobre qual tema conversou, mas que ouviu uma orientação de Coelho para que os bolsonaristas deixassem o acampamento e voltassem para casa.
Horas depois, no entanto, terroristas atacaram a sede da Polícia Federal em Brasília. O indígena bolsonarista José Acácio Xerere foi preso na data e um grupo de cerca de 200 apoiadores do ex-presidente tentou invadir o prédio da corporação.