Otan escolhe soldada com símbolo neonazista para homenagear mulheres

Atualizado em 8 de março de 2022 às 13:01
Soldada ucraniana homenageada pela Otan
Soldada ucraniana com símbolo neonazista no uniforme.
Foto: Reprodução

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), escolheu para a sua homenagem ao Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira (8), a foto de uma soldada das forças armadas ucranianas com o símbolo do Sol Negro em seu uniforme.

“Neste Dia Internacional da Mulher, pensamos nas notáveis mulheres da Ucrânia. Sua força, bravura e resiliência são símbolos do espírito de sua nação”, diz uma publicação na conta oficial da entidade no Twitter.

Dificil argumentar que a Otan desconheça o que é o Sol Negro (alemão: Schwarze Sonne). A resiliência evocada na farda da militar é um símbolo na Alemanha pós-nazista e em rituais de satanismo, remodelado e expandido pelo chefe da SS, Heinrich Himmler.

Símbolo do Sol Negro
Sol Negro, o símbolo neonazista usado por militares ucranianos.
Foto: Reprodução

https://twitter.com/NATO/status/1501146212938010628?s=20&t=CEAOqZUrHZpYhxDDiwVVNQ

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O símbolo do Sol Negro

O desenho consiste em doze runas radiais, semelhantes aos símbolos empregados pela SS em seu logotipo. O conceito neonazista do “Sol Negro” foi inventado pelo ex-oficial da SS Wilhelm Landig como substituto da suástica nazista.

De acordo com a entidade Freedom House, o Sol Negro remete a movimentos ligados ao esoterismo e ao ocultismo de meados do século 19. Nos anos seguintes, o emblema foi usado em cultos satanistas ou neopagãos e organizações com traços esotéricos dentro do nazismo. Na Ucrânia, é frequentemente usado como uma marca da idelogia de extrema direita.

Os métodos de combate evocados como luta por estes exércitos ferem a dignidade humana, mais ainda quando usados para homenagear as mulheres.

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Sara Vivacqua
Sara Vivacqua é mineira e advogada, necessariamente nessa ordem. Graduada em Direito pela Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg, na Alemanha, onde residiu por 13 anos, reside no Reino Unido desde 2011, onde trabalha como advogada