Página responsável por vídeo de ‘templário’ tem professor nazista de colunista e aliado de Bolsonaro na direção

Atualizado em 6 de março de 2020 às 19:18

Após um vídeo com um ‘cavaleiro templário bolsonarista‘ viralizar nas redes, muitos se perguntaram sobre sua origem nesse novo marco da comunhão de demência que o Brasil vive.

Rivotril à parte, o fato é que há no sinistro vídeo um emblema com a inscrição ‘Lux Brasil’.

 

E o que é isso?

Oficialmente, trata-se de uma ‘associação Civil, com personalidade Jurídica e de duração Indeterminada, sem fins lucrativos e econômicos, com atuação junto a comunidade, entidades, e outras organizações.’

Em sua página, a Lux apresenta sua ideologia: Possui cunho ideológico com observância na livre expressão, na defesa dos direitos individuais, na defesa da vida e no uso responsável dos recursos naturais.

Quanto a seus valores: Deus, Pátria e Família são nossas crenças e valores fundamentais.

Seu criador é Emílio Dalçóquio.

Aliado de Bolsonaro, Emílio é dono da ‘Dalçóquio’, uma das maiores transportadoras do país, com sede em Santa Catarina.

O empresário ganhou fama durante a greve dos caminhoneiros em 2018, promovendo locaute e dizendo para ‘meterem fogo’ nos caminhões que furassem o movimento.

Reprodução: Lux Brasil (Sim, o design não é o forte deles)

Mas a menina dos olhos da Lux Brasil é seu colunista Wandercy Pugliese, personagem dessa fascinante matéria do Zero Hora, em 1995:

Reprodução: Zero Hora

Wander ganharia fama mesmo quando em 2014, quando um helicóptero sobrevoou sua casa numa operação policial e por acaso descobriu um curioso detalhe em sua piscina: uma suástica nazista.

A casa, em Pomerode Fundos, região do Vale do Itajaí, Santa Catarina, pertencia então ao professor de História que colecionava artefatos nazistas.

Assumido adorador de Hitler, Wander batizou seu filho como ‘Adolf’ e já havia aparecido também no Fantástico, em 1994, ostentando seus itens.

No entanto, tal exibição nazista, que incluía também obras revisionistas do Holocausto, lhe custaria sua coleção. Em 1998, ela foi apreendida a pedido do Ministério Público.

Wander tentou recuperá-la ao longo dos anos, mas nunca conseguiu.

Reprodução: Lux Brasil