Pandemia mostra que Bolsonaro não sabe nada e se destaca pela vagabundagem. Por Moisés Mendes

Atualizado em 3 de abril de 2020 às 9:10

 

Os jornalistas queriam saber de Bolsonaro ontem qual é a explicação para a demora na liberação da ajuda de emergência de R$ 600 aos trabalhadores informais.

Bolsonaro não sabia nada. Tentava simular impaciência, depois demonstrou irritação, como se quisesse dizer: parem de encher o saco.

O que Bolsonaro tentava esconder é que não domina nada. Poderia ter dito: eu não estudei esse assunto, não participei das decisões, não consigo entender nada do que se passa.

Bolsonaro não sabe nada. Está sempre perguntando a alguém ao lado o que deve dizer.

Só fala com teleprompter, porque tem de ler o que vai falar numa cerimônia qualquer sobre uma questão banal. Bolsonaro só fala de improviso, para dizer besteiras, no cercado do Alvorada.

Bolsonaro nunca fez nada no Congresso, nunca apresentou um projeto, em 27 anos na Câmara. Nunca participou de comissões, de articulações políticas, de conversas com aliados ou adversários.

Poucas vezes foi à tribuna, e só para homenagear milicianos. Bolsonaro era um avulso. Ofendem o baixo claro os que dizem que Bolsonaro era deputado da turma deles.

O baixo clero é organizado como grupo que se articula para defender posições, por mais rasas, reacionárias e interesseiras que sejam.

Bolsonaro nunca se articulou com nada e com ninguém. O Brasil não elegeu apenas um sujeito grosseiro, cruel, que ataca mulheres e ostenta seu racismo e sua homofobia.

Os brancos ricos, a classe média decadente e enciumada com a ascensão dos pobres – e mais os próprios pobres que se consideram atrelados aos interesses dos ricos – elegeram mais do que um sujeito inseguro, autoritário e despreparado.

Bolsonaro não trabalha desde que saiu do Exército aos 32 anos para ser vereador. É um sujeito desqualificado, que nunca soube o que fazia no Congresso e não sabe o que faz no Planalto.

Agora, enquanto o primeiro escalão se esforça para vencer a pandemia, ninguém sabe o que Bolsonaro faz. É um ausente.

Não faz nada. Só tumultua, como se ele e os filhos, que também não fazem nada de produtivo, fossem franco-atiradores de um governo paralelo.

Bolsonaro não governa nem lidera porque não tem capacidade para governar. E porque curte mesmo uma vagabundagem.