Em um processo judicial, não é apenas o juiz que deve ser imparcial, sob o risco de se anular toda a ação judicial. O procurador também tem obrigação legal de ser imparcial. Isso quer dizer que, se um procurador der provas que possui algo contra a pessoa a quem ele processa ou deve processar, deve se declarar impedido de fazê-lo. Se não o fizer, o processo deve ser anulado.
O procurador do MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná) Deltan Dallagnol já deu N provas de que tinha e tem razões pessoais, e não técnicas, para processar o PT e seus líderes, o que naturalmente o deveria impedir de atuar em casos relacionados à sigla e seus políticos.
Entre o que está sendo divulgado hoje e nos últimos dias, surgiu mais uma. Em um trecho das conversas entre ele e seus colegas de MPF agora reveladas, Dallagnol trata Lula e o PT com deboche e desdém – além de uma infantilidade constrangedora.
Parece um playboy criado em condomínio tripudiando da turma rival do prédio vizinho. Ou não parece? Veja abaixo.
Em tão poucas linhas, tantas bizarrices. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem Dallagnol buscava condenar, é chamado pelo procurador de “9”. Uma referência jocosa e preconceituosa aos nove dedos que o ex-presidente possui nas mãos desde que teve um acidente mutilante trabalhando em uma fábrica.
O procurador faz piada – com direito a kkkkk – dizendo que sua palestra reuniu mais público do que um evento do Partido dos Trabalhadores.
Por fim, mostra que não atua apenas nos autos dos processos que promove, mas também gasta seu tempo e o dinheiro do contribuinte fazendo política, que é tudo que não deve fazer um procurador. Fala como político que é, preocupado com a mídia, tomando cuidado com a comunicação.
Uma vergonha, apenas mais uma vergonha a que é submetido o país por essa gente, que continua sendo paga com nossos impostos.
Parabéns a todos os envolvidos.