Ouro Preto é um lugar histórico com problemas permanentes. A cidade que fica no centro de Minas Gerais, cresceu em volta de morros e toda vez que chove forte na região, os moradores ficam apreensivos.
Ontem (13), um casarão do século XIX veio ao chão devido a um deslizamento de terra. Nenhuma pessoa ficou ferida.
A cidade tem 313 áreas de risco, segundo o levantamento feito pelo Serviço Geológico do Brasil/CPRM, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia. O estudo é de 2016 e alguns desses pontos são próximos aos casarões e prédios tombados.
Em entrevista ao G1, a professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Fernanda Alves de Brito Bueno, disse que “o que aconteceu em Ouro Preto só nos mostra a importância e a necessidade de medidas mais efetivas que protejam o nosso patrimônio. Se isso não for feito, vamos assistir outros episódios de deslizamentos e destruição de casarões antigos”.
“A Igreja do Bom de Jesus de Matozinhos das Cabeças está interditada há anos. Com várias trincas e risco de desmoronar. Além disso, ainda tem uma área de encosta atrás do antigo prédio da Santa Casa da cidade. A gente precisa ter urgente um olhar para que ações possam acontecer nessas áreas. Quando a gente fala de patrimônio, estamos falando de referência e identidade”, alerta a professora.
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882 residências de Ouro Preto estão em áreas de risco
Outro estudo foi feito pelo Serviço Geológico do Brasil/CPRM no ano passado, com base na área mapeada em 2016. De acordo com a pesquisa, Ouro Preto tem 3.006 moradores e 882 domicílios em áreas de risco geológico.
O estudo revelou que a maioria das residências localizadas nas áreas de risco está sujeita “a sofrer perdas ou danos decorrentes da estabilização de encostas a partir da deflagração deslizamentos”. É o caso de 81% dos domicílios que estão nas áreas de risco.