PF agora quer ter o direito de dizer que tipo de protesto é permitido. Por Luís Felipe Miguel

Atualizado em 13 de agosto de 2018 às 8:42
O professor Aureo Lopes, ex-chefe de gabinete de Luís Carlos Cancellier, foi interrogado em inquéritos, por dar entrevista

 

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Há um ponto da entrevista do diretor da PF que merece atenção, além da narrativa sobre a prisão de Lula (incluindo a não soltura após a decisão do plantonista), que comprova mais uma vez a animosidade brutal do juiz Sérgio Moro contra aquele que ele deveria julgar de forma “imparcial”.

É quando Galloro defende as ações de intimidação que estão ocorrendo contra quem protesta contra a morte do reitor Luiz Carlos Cancellier, vítima de abuso de autoridade da PF.

Ele explica que não quer impedir o protesto. Todo mundo pode protestar, desde que não explique contra quem e por quê.

As palavras dele: “Tem outros meios de protestar que não acusar uma autoridade de abuso”.

Mas… e quando o protesto é contra abuso de autoridade?

Tudo no caso, da injustificável operação espetaculosa na UFSC ao relatório final do inquérito, que expõe a total indigência da investigação, aponta: foi abuso de autoridade, sim. E o comportamento da PF, recusando responsabilidade, negando-se a apurar o caso, protegendo os culpados e intimidando os críticos, é simplesmente criminoso.

E fica a pergunta: com qual direito a PF diz que tipo de protesto é permitido e que tipo não é?

Resposta: no Brasil de hoje, em que a Constituição foi passada no triturador de papéis, ´o “direito” é o grito do mais forte.

x.x.x.x.

PS: Leia mais sobre a entrevista do diretor da PF, Rodrigo Galloro, em que ele defende o inquérito contra professores que se manifestam contra os abusos na investigação que levaram ao suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier: clique aqui.