PF apura esquema de desvios de recursos públicos com o objetivo de bancar despesas de Michelle

Atualizado em 13 de maio de 2023 às 7:51
Ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução

As investigações da Polícia Federal apuram os pagamentos das despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que, de acordo com áudios interceptados, existiam orientações para que fossem feitos em dinheiro vivo. Os indícios das fraudes sugiram de conversas entre o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do Palácio do Planalto, e assessoras do governo de Jair Bolsonaro.

A PF chegou às suspeitas após identificar um “depósito misterioso” de R$ 400 mil na conta de Mauro Cid. Conforme o material, o tenente-coronel se preocupava que a prática pudesse ser considerada um esquema de rachadinha, pois não contava com a comprovação da origem dos recursos. As conversas foram interceptadas pela PF na quebra de sigilo das comunicações de braço direito de Jair Bolsonaro, que está preso desde 3 de maio por suspeitas de fraude nos comprovantes de vacina da Covid-19.

Segundo o relatório da PF, que analisa as transações financeiras entre Cid e o Planalto, há indícios da existência do esquema para bancar as despesas da Michelle. Os diálogos revelam uma “dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferência”, afirma a investigação.

A PF detectou que a ex-primeira-dama usava um cartão de crédito vinculado à conta de uma amiga, Rosimary Cardoso Cordeiro, que atuava como assessora parlamentar do senador Roberto Rocha (PTB-MA). Ao realizar a quebra do sigilo bancário de Mauro Cid, a investigação detectou depósitos em dinheiro vivo para “pagar as faturas” do cartão de crédito, a fim de ocultar a origem dos recursos.

Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, então assessoras de Michelle Bolsonaro, manifestaram preocupações sobre as irregularidades no esquema investigado em conversas entre si e com ex-ajudante de ordens do Planalto.

“Os elementos trazidos aos autos revelam fortes indícios de desvio de dinheiro público, por meio da Ajudância de Ordens da Presidência, destinado originalmente ao atendimento de despesas da Presidência da República, direcionando valores para pessoas indicadas por Giselle dos Santos Carneiro da Silva e Cintia Borba Nogueira Cortes”, diz um trecho do relatório da PF.

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