PF diz que certificado de vacinação de Bolsonaro foi emitido no Planalto

Atualizado em 3 de maio de 2023 às 18:48
O ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Foto: Agência Brasil

O certificado de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro com dado falso foi emitido no Palácio do Planalto, segundo investigação da Polícia Federal. A corporação apurou que o documento foi retirado dias antes de sua viagem para os Estados Unidos em 2022. A informação é da revista Exame.

“A alteração cadastral foi realizada a partir do endereço de IP: 170.246.252.101, o mesmo utilizado para emitir o certificado de vacinação ideologicamente falso, com registro no Palácio do Planalto”, diz o inquérito da PF. O registro apontava que Bolsonaro teria sido imunizado com três doses da vacina: uma Janssen e duas Pfizer.

“É possível concluir que o acesso ao aplicativo ConecteSUS e as consequentes emissões de certificado de vacinação contra a covid-19, nos dias 22 e 27 de dezembro de 2022, pelo usuário do ex-presidente da República Jair Bolsonaro foram realizados no Palácio do Planalto”, prossegue a PF.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, também acessou o registro de vacinação do ex-presidente. Foto: Reprodução

No dia 30 de dezembro, o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente, fez um terceiro acesso ao documento, mas por meio do celular. Ele foi preso preventivamente nesta quarta (3) em operação da PF.

Há uma inconsistência nos dados inseridos no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde: Bolsonaro não esteve onde foi registrada a imunização na data que consta no registro.

Segundo as informações inseridas no sistema, o ex-presidente teria tomado a primeira dose da vacina Pfizer em Duque de Caxias (RJ) no dia 13 de agosto de 2022. Dois meses depois, em 14 de outubro, ele teria recebido a dose seguinte.

Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta, entretanto, que “não há nenhum indicativo de que o ex-presidente tivesse comparecido à unidade de saúde para se vacinar, caso que teria sido amplamente noticiado, considerado sua notoriedade”.

O documento diz que ele fez uma caminhada pela cidade na ocasião, mas que seria impossível ele se vacinar sem ser percebido. “É claro que um presidente da República não teria como se dirigir a uma UBS do Município, sem que ninguém percebesse, para tomar uma possível segunda dose de vacina”, argumenta o controlador-geral da União, Wagner Rosário.

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