PF faz operação contra militares e aliados de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado

Atualizado em 8 de fevereiro de 2024 às 8:08
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

A Polícia Federal (PF) iniciou, nesta quinta-feira (8), a Operação Tempus Veritatis, visando investigar uma organização criminosa envolvida em uma tentativa de golpe de Estado e na abolição do Estado Democrático de Direito, com o objetivo de obter vantagens políticas e manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

A ação envolve a execução de 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Estas incluem proibição de contato com os demais investigados, restrição de saída do país com entrega de passaportes em 24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas.

A Operação atinge diversas personalidades, incluindo Braga Netto, Augusto Heleno, os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, bem como outros aliados militares ou políticos próximos ao ex-presidente, segundo informações de Daniela Lima, do G1. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi alvo da operação.

A PF prendeu ao menos dois ex-assessores de Jair Bolsonaro na época em que ele era presidente da República. Um dos presos foi Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência. Segundo fontes da PF, Martins foi detido em Ponta Grossa (PR). O outro ex-assessor preso foi o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e atual segurança do ex-presidente contratado pelo PL. O militar foi detido em Brasília.

Os policiais federais estão cumprindo as medidas judiciais, emitidas pelo Supremo Tribunal Federal, em estados como Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Agente da PF. Foto: reprodução

Nessa fase das investigações, há indícios de que o grupo investigado se dividiu em núcleos para disseminar a narrativa de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo de sua realização. O objetivo era viabilizar e legitimar uma intervenção militar, utilizando-se de estratégias de milícia digital.

O primeiro núcleo focou na construção e propagação da versão de fraude nas eleições, por meio da disseminação de informações falaciosas sobre vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação. Esse discurso persistiu mesmo após os resultados do segundo turno em 2022.

O segundo núcleo visava subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com o apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em um contexto politicamente sensível.

Os fatos investigados, em tese, configuram crimes como organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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