PF prende pai e filho suspeitos de atuar na venda de dados do presidente do STF

Atualizado em 2 de fevereiro de 2024 às 7:22
Mandado de prisão foi cumprido na casa de pai e filho em Vinhedo (SP) — Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Nesta quinta-feira (1), a Polícia Federal (PF) prendeu preventivamente um pai e seu filho como parte da Operação I-Fraude, que investiga a invasão de sistemas federais e o vazamento de dados de autoridades e figuras públicas. Os mandados foram cumpridos na residência deles em Vinhedo (SP), região de Campinas, com a confirmação da prisão durante a audiência de custódia.

Durante a operação, autoridades como o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foram identificadas como vítimas de venda de dados pessoais em redes sociais, segundo informações da GloboNews.

A quadrilha especializada invadia sistemas federais, roubava dados e os comercializava através de redes sociais. Membros de facções criminosas e integrantes das forças de segurança, incluindo policiais, eram clientes dessa organização criminosa.

A suspeita é que o grupo tenha lucrado pelo menos R$ 10 milhões com o esquema criminoso entre 2010 e 2024. A PF determinou o bloqueio de cerca de R$ 4 milhões das contas dos investigados.

A Operação I-Fraude, iniciada em cinco estados do Brasil, teve seus primeiros desdobramentos após a identificação de uma invasão de banco de dados de sistemas federais. As informações pessoais de milhares de pessoas, incluindo autoridades e figuras públicas, eram disponibilizadas para consulta em um painel.

Painel que criminosos usavam para vender dados obtidos ilegalmente de sistemas federais — Foto: Polícia Federal
Painel que criminosos usavam para vender dados obtidos ilegalmente de sistemas federais — Foto: reprodução/Polícia Federal

Esse painel era oferecido principalmente por meio de plataformas de redes sociais, com diferentes planos de mensalidades de acordo com o número de consultas realizadas. A PF descobriu aproximadamente dez mil assinantes, realizando uma média de dez milhões de consultas mensais.

Dentro desses usuários, a PF identificou membros de facções criminosas e integrantes das forças de segurança. Para esses últimos, os criminosos ofereciam o serviço gratuitamente, mas solicitavam uma foto da carteira funcional como comprovação de identidade.

As penalidades para os crimes de invasão de dispositivo informático, lavagem de bens ou valores e organização criminosa podem chegar a 23 anos de reclusão. O desdobramento das investigações poderá resultar em acusações adicionais para os suspeitos, caso haja envolvimento em outros crimes.

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