Planalto monta dois times para a CPMI dos atos golpistas: os técnicos e os “bons de brigas”

Atualizado em 27 de abril de 2023 às 8:47
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Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros, cotados para o time “técnico” da CPMI. Foto: Agência Câmara

O Palácio do Planato planeja montar dois grupos políticos entre a sua base de apoio na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro. As informações são da Folha de S.Paulo.

A expectativa é que pouco mais de 20 parlamentares, entre os 32 integrantes do colegiado, farão parte da iniciativa. A ideia é que, a partir daí, sejam criados dois “grupos”. Um deles reunirá os “bons de briga”, encarregados do embate direto com parlamentares bolsonaristas, com capacidade rápida de resposta a provocações e com fôlego para ajudar a pautar a disputa por narrativa nas redes sociais. No outro, estarão parlamentares que farão a sustentação dos argumentos técnicos para a preparação de depoimentos e darão densidade política à versão do governo.

André Janones, cotado para ingressar no grupo “bom de briga”. Foto: Reprodução,

Alguns parlamentares já sinalizaram ao Planalto interesse em fazer parte do grupo dos “bons de briga” do governo, entre eles o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado André Janones (Avante-MG). O governo no entanto, ainda segue mapeando quem é quem de acordo com as indicações dos partidos.

Na Câmara, onde o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá direito a duas vagas, além de Farias, Rubens Pereira Junior (MA) e Rogério Correia (MG) disputam os postos.

Entre os parlamentares que irão compor o grupo responsável pela sustentação técnica de argumentos estão cotados Randolfe Rodrigues (REDE-AP), Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM). Pelo PT do Senado, Fabiano Contarato (ES) e Humberto Costa (PE) pediram para participar da CPI.

O principal objetivo da estratégia do Planalto é mostrar que os ataques foram maturados ao longo de semanas e que decisões do governo anterior culminaram nas invasões. Internamente, já foi revelado que o governo quer evitar que a CPI leve a uma nova crise com as Forças Armadas, ou seja, o objetivo é manter o foco total nos atos que culminaram na destruição da Praça dos Três Poderes, em seus envolvidos, participantes e apoiadores, e não em discussões entre alas e pastas.

Na última quarta-feira (26), Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, realizou a leitura do requerimento de criação da CPMI dos atos de 8 de Janeiro. A partir de agora, líderes partidários devem indicar os nomes dos parlamentares que farão parte da composição do colegiado.

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