População brasileira está envelhecendo cada vez mais rápido, mostra Censo

Atualizado em 27 de outubro de 2023 às 12:43
Idoso. Foto: Reprodução

A população do Brasil tem envelhecido em um ritmo cada vez mais rápido, segundo a nova etapa dos resultados do Censo 2022 divulgada nesta sexta (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levantamento mostra que 10,9% da população do país tem 65 anos ou mais, taxa que teve um aumento de 57,4% em relação a 2010, quando a faixa etária representava 7,4% do total.

O índice de envelhecimento também aumentou: em 2010, eram 30 idosos para cada grupo de 100 crianças, enquanto atualmente este número é de 55. A idade mediana da população, que separa a metade mais jovem da população mais velha, aumentou em seis anos desde 2010 e chegou a 35 anos no levantamento mais recente.

O número total de crianças (0 a 14 anos) teve um recuo entre 2010 e 2022, passando de 24,1% da população para 19,8%. Em 1980, segundo o levantamento, essa faixa etária representava 38,2% do total da população e os mais idosos apenas 4%.

No recorte regional, Norte e Nordeste são as mais jovens do país, sendo 25% e 21% da população, respectivamente. As mais velhas, por sua vez, são Sudeste e Sul, ambos com percentual de 12% de idoso. A idade mediana também difere da nacional, sendo de apenas 26 anos em Roraima e chegando a 38 no Rio Grande do Sul.

Os primeiros números do Censo, divulgados em junho, mostraram que o país teve o menor crescimento populacional em 150 anos: entre 2010 e 2022, a taxa média de crescimento anual da população foi de 0,52%. A queda da taxa de fecundidade e a migração de brasileiros em idade reprodutiva para o exterior são as principais explicações para esse fenômeno.

O país registrava altas taxas de fecundidade e mortalidade, mas os avanços da medicina auxiliaram com o aumento da expectativa de vida e, consequentemente, com a redução dos níveis de mortalidade e a manutenção dos altos índices de fecundidade.

O ritmo de crescimento populacional atingiu seu pico na década de 1950 e, a partir de 1960, houve um declínio nos níveis de fecundidade. A partir dos anos 1970, no entanto, começou a existir uma redução do crescimento populacional.

O aumento da velocidade de envelhecimento da população mostra o início do fim do bônus demográfico, quando há uma proporção de jovens economicamente ativa maior do que a de idosos e crianças. Esse bônus eleva as chances de ganhos no PIB (Produto Interno Bruto). O movimento teve início há 50 anos e deve começar a perder força a partir de 2030, quando a maior parcela da população será de idosos, o que aumenta a pressão sobre gastos de saúde e previdência social.

“Esse meio da nossa pirâmide, mais inchado, é o bônus demográfico, um grupo etário enorme com possibilidade de produção. A medida que essas pessoas envelhecem, que esse grupo vai se tornando idoso, não vem um novo grupo tão grande assim para substituí-lo uma vez que a base da pirâmide já é mais estreita. Ou seja, teremos um grupo menor tendo que produzir muito mais para sustentar uma parcela maior de idosos”, explica a gerente de população do IBGE, a demógrafa Izabel Guimarães Marri.

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