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Por que Doria está do lado do fascistoide Holiday na briga com seu secretário de Educação. Por Kiko Nogueira

O secretário de Educação da cidade de São Paulo, Alexandre Schneider, está no lugar errado. Ele tomou a atitude corajosa de criticar publicamente o vereador Fernando Holiday, do DEM.

O líder do MBL resolveu fazer blitze em instituições de ensino para enquadrar os docentes que estiverem praticando “doutrinação” esquerdista. Holiday trabalha para os estúpidos da Escola Sem Partido.

Schneider escreveu no Facebook, corretamente, que o rapaz “exacerbou suas funções e não pode usar de seu mandato para intimidar professores”. Perfeito.

E como ficou Doria? Em silêncio revelador.

Diante da falta de apoio do prefeito, Schneider pediu demissão. Oficialmente, Doria o convenceu a permanecer no cargo e as divergências foram superadas.

Na vida real, o prefeito mentiu e ele fingiu que acreditou. Schneider foi humilhado e o chefe não fez nada porque está do lado de lá.

O MBL passou os últimos dias massacrando o secretário de todas as maneiras possíveis. Holiday falou que não sabia se o adversário era “incompetente ou mau caráter”. 

Montagens com fotos dele segurando um livro com o símbolo comunista da foice e do martelo na capa foram replicadas por toda a internet.

Schneider despontou como adjunto de Aloysio Nunes na gestão Serra na prefeitura. Ganhou musculatura e virou secretário de Kassab. A maioria dos professores e educadores o respeitam por ter melhorado salário e condições de trabalho. 

O que interessa a Doria, no entanto, é barulho e factoide, ruído mais que resultado, marketing mais que obra concreta. Se os métodos tiverem inspiração fascista, qual o problema?

Quem está seguindo essas diretrizes é Holiday, não Schneider. Quem está mostrando realmente quem é João Doria e o que ele quer é FH, não o outro.

O MBL presta inestimáveis serviços a João Doria, especialmente no sentido de enxovalhar adversários, inclusive do PSDB. Sustentam a aventura do ídolo rumo ao Planalto, chutando Alckmin, Serra e Aécio.

A SS, a organização paramilitar ligada ao partido nazista, de fidelidade canina a Hitler, foi de 280 pessoas no final dos anos 20 a mais de 200 mil em 1933, quando ele chegou ao poder. Sem eles, nada seria possível.

Doria viu esses meninos crescerem e não é louco de dispensá-los agora, ainda mais por causa de uma bobagem como um aliado agindo como o pessoal da Gestapo.

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Kiko Nogueira

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